Tinha doze anos e estava em casa de uns vizinhos a jogar matraquilhos quando soube que o sorteio ditara para a estreia do Sporting na Taça UEFA 85/86 o Feyenoord, clube com fama e que ainda havia pouco mais de uma década havia inscrito o seu nome na dourada galeria dos clubes que venceram a Taça dos Campeões Europeus em futebol. Era uma equipa forte e seria um osso duro de roer mas a confiança na qualidade e na ambição dos nossos jogadores era absoluta. Quando chegou a hora do confronto, encontrava-me na Sede do clube desportivo da minha terra e os ecos vindos de Alvalade chegavam através dos pequenos rádios a pilhas de alguns fervorosos sportinguistas de meia idade. Estes davam conta de algumas deficuldades no início (como atestam as imagens aqui publicadas) devido à resistência e à boa qualidade dos jogadores holandeses mas foram dando lugar a pouco e pouco ao júbilo pela exibição arrebatadora e avolumar do resultado com belos golos (que bom foi revê-los) da nossa temível dupla atacante Manuel Fernandes e Jordão. O resultado estrondoso era já de três a zero e abria excelentes perspectivas para a passagem à eliminatória seguinte e para uma brilhante carreira na prova. Sempre à espera de mais golos nossos foi já em casa que soube do golo obtido pelo adversário na parte final do jogo e que transformou uma certeza quase absoluta da passagem numa perigosa missão na casa do adversário. Com Damas na baliza e qualidade no contra-ataque haveríamos de conseguir.