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Wilson Eduardo. «Pela velocidade, sou parecido com o Yannick» PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 16 Junho 2011 15:44

110616_wilson_eduardoAos 20 anos e depois de duas épocas emprestado o avançado espera ficar no Sporting, para aprender com Domingos Paciência

 

É um dos nomes falados para fazer parte do renovado plantel do Sporting 2011/12. Depois de rodar no Portimonense e no Beira-Mar, Wilson Eduardo espera ouvir um “sim” dos responsáveis leoninos para regressar a casa. Aos 20 anos, a possibilidade de aprender com o treinador Domingos Paciência – um dos maiores pontas--de-lança das últimas décadas do futebol português

– deixa o jovem jogador empolgado. Na conversa com o i, Wilson Eduardo deixou transparecer uma faceta tímida, própria de quem ainda não está totalmente confortável com a atenção mediática. Dribla as respostas com poucas palavras, tão velozmente como os defesas no relvado. Mas não deixa nenhum assunto por falar, desde o futebol aos problemas familiares que levaram a sua carreira para o Sporting. Nasceu em Massarelos, viveu na Maia e jogou no FC Porto antes de se mudar para a academia dos leões. Apesar de o seu ídolo, Liedson, já não estar no clube, Wilson espera agora poder vestir a camisola principal do Sporting.

 

Lembra-se dos primeiros passos no futebol?
Seguia muitas vezes o meu tio, que jogava futebol num clube da terra, o Desportivo de Vilar. Um dia calhou ir lá treinar, as pessoas falaram comigo e quiseram que eu ficasse. Tinha nove anos.
 

O que recorda dos tempos no Desportivo de Vilar?
Tenho boas recordações. Para mim foi bom porque jogava com jogadores mais velhos (11 anos), já que o clube não tinha todos os escalões. Na altura era muito pequeno, foi mais por diversão e para fazer aquilo de que gostava.


Um ano depois chega ao FC Porto. Como foi?
Fui com o presidente [do Desp. Vilar] e com o meu tio, que eles davam-se muito bem. Na altura o senhor escolheu três jogadores e levou-os ao FC Porto. Eu fui um deles, depois fui lá treinar e correu bem, as pessoas quiseram ficar comigo.


E as diferenças eram muitas...
Sim, a diferença era muito grande. Para uma criança isso é bom, sentia que estava num clube melhor, com outra grandeza.


Na altura era um sonho jogar num clube como o FC Porto?
Não me recordo muito bem, mas como estava a viver no Porto e sempre gostei de jogar à bola, quando consegui chegar ao FC Porto naturalmente que fiquei muito contente.


Que recordação guarda dos quatro anos no clube?
Foi o meu início de carreira na formação, ainda falo lá com alguma pessoas e colegas que já estão comigo desde os dez anos. Foi bom, deu para criar amizades com outros jogadores.


Algum dos seus ex-colegas chegou à equipa principal do FC Porto?
Dessa equipa, o Josué está comigo nos sub-21, de resto eu fui o único que chegou mais longe. Alguns desistiram, outros não chegaram ao patamar da Liga.


Como é que se dá a mudança para Lisboa?
Foi devido à separação dos meus pais. Nasci em Massarelos e vivi sempre na Maia. Não me queria mudar porque era a terra onde tinha os meus amigos todos e não queria sair de lá. Foi um pouco doloroso mas é óbvio que, passado algum tempo de ter vindo com a minha mãe para Lisboa, senti que estava em boas condições e ir para o Sporting permitiu-me continuar o processo de formação, que foi muito importante para mim.


A sua mãe queria levá-lo para o Sporting mas o Wilson ameaçou ir para o Benfica. Porquê?
Foi mais um acto de desespero porque não queria ir para Lisboa e fiz isso para ver se conseguia que a minha mãe mudasse de ideias. Mais tarde vim a perceber que afinal foi a escolha mais certa.


Lembra-se da chegada ao Sporting?
Fui com o meu pai à academia de Alcochete e fui bem recebido. Falámos com o sr. Aurélio Pereira, treinei, os responsáveis gostaram e quiseram que eu ficasse. Houve alguns problemas no início porque o FC Porto não queria dar a carta, mas depois tudo se resolveu e comecei a treinar e a jogar normalmente.


Notou diferença nas condições que o Sporting oferecia em Alcochete?
Sim, muita, porque quando saí do FC Porto treinava na Constituição e no ano em que mudei foi quando criaram o centro de estágio do Olival. Como nunca cheguei a treinar lá, a diferença foi muito grande.


Desde cedo que se destacou como goleador.
Desde a mudança para o FC Porto que fiz bastantes golos através da velocidade, que era a grande diferença que tinha para os outros jovens. Penso que no Sporting foi a continuação desse mesmo processo, pois é uma equipa que passa a maior parte dos jogos a atacar e a criar situações de golo. Isso é o que um jogador que joga na frente gosta.


Quem o marcou mais no Sporting?
Tive vários treinadores e todos foram importantes, mas nunca escondi que o mister Luís Dias, que está agora nos juvenis, foi o que mais me marcou.


Porquê?
Sobretudo a forma como ele falava com os jogadores. Na altura foi bastante frontal connosco ao dizer-nos coisas que ficam dentro do grupo, isso criou uma grande entreajuda entre nós. E com a ajuda dele conseguimos ganhar muitas coisas que as pessoas não esperavam. Foi com ele que ganhei o primeiro título também, nos juvenis de primeiro ano, e depois foi mais um ano muito bom para a equipa.


Vivia na academia ou com a sua família?
No início vivia com a minha mãe e ia todos os dias para a escola em Alcochete, mas nos últimos três anos ficava na academia durante a semana porque era muito cansativo. Tinha de acordar muito cedo para ir à escola e depois tinha os treinos. Por isso ficava lá e depois aos fins-de-semana voltava a casa, em Odivelas.


Foi complicado conciliar os estudos com o futebol?
Não foi difícil porque tínhamos duas psicólogas que estavam sempre connosco e ajudavam naquilo que precisássemos. E estavam sempre atentas porque nós estudávamos em Alcochete e as informações chegavam a elas, o que era bom para nós, porque éramos sempre seguidos, tanto no futebol como na escola. Por isso, foi fácil conciliar as duas coisas.


Quando chega a sénior é emprestado ao Portimonense. Foi importante jogar num campeonato competitivo como a Liga de Honra?
Claro, foi o meu primeiro ano como sénior e foi muito importante porque é um jogo muito físico em que quase não há espaço para os avançados, porque algumas equipas jogam muito recuadas. Há outra filosofia de jogo, muito jogo aéreo, muito corpo a corpo, foi importante para me habituar ao que me espera.


Que balanço faz da última época, no Beira-Mar?
Penso que este ano foi muito importante, tanto para mim como para a equipa, que esteve muito bem. E assim torna-se mais fácil para os jogadores, alguns começam a destacar-se. Para estreia foi bom, ganhei alguma notoriedade e fiz alguns golos. Para primeiro ano na Liga foi importante.


Vai ficar no plantel do Sporting?
De momento ainda não sei. Estive na selecção e agora espero, esta semana ou no início da próxima, juntar-me com os responsáveis e decidir o que eles pretendem: se faço a pré-época ou se sou emprestado.


Sente-se preparado para jogar no Sporting ou preferia ir para um clube onde pudesse, à partida, jogar com maior regularidade?
Acho que tanto eu como todos os jogadores que estão emprestados pretendem regressar a casa o quanto antes. Sei que vai ser difícil, mas nestes dois anos ganhei muita maturidade e penso que foi importante. Claro que quero voltar e trabalhar para demonstrar que tenho qualidade para ser titular, esse é o meu objectivo.


Que opinião tem sobre o treinador, Domingos Paciência?
Penso que estes dois anos no Sporting de Braga dizem tudo. Foram muito bons, tanto o segundo lugar [em 2009/10] como a última época, que foi estupenda. O trabalho que desenvolveu no Braga foi muito bom mesmo e agora as expectativas só podem ser grandes para o Sporting.


Domingos foi um grande ponta-de-lança e gosta muito de fazer trabalho específico com os avançados. Isso motiva-o ainda mais?
Sem dúvida. Sabendo o avançado que ele foi e o treinador que agora é, para nós é bom porque pode transmitir aquilo que sabe. Só treinando diariamente esses pontos é que se consegue chegar aos jogos e passar isso para a competição. É muito importante trabalhar com uma pessoa que já esteve na mesma situação que nós, que é jogar com pressão e ter de fazer golos.


É um jogador muito rápido. O seu estilo assemelha-se a Yannick?
Penso que o jogo é quase semelhante. Tentamos explorar o nosso ponto mais forte, que é a velocidade, para dar outra dinâmica ao jogo. Somos jogadores parecidos, gostamos de jogar em velocidade, é o nosso grande valor.


Quais os seus avançados de referência?
Aqui em Portugal a referência era o Liedson, pelo trabalho que realizava e pelos golos que fazia.

Já foi chamado aos sub-21. Considera que pode ser opção, no futuro, para o ataque da selecção A?
Claro, tenho trabalhado nesse sentido, para chegar o mais longe possível, tanto na selecção como no clube. A selecção A não foge à regra, mesmo sabendo que é difícil porque tem outros jogadores com valor que querem o mesmo, mas acho que posso chegar lá.


O seu irmão mais novo joga no Sporting. Como é a sua relação com ele?
Ele está no primeiro ano de júnior, mas tem características diferentes das minhas, joga no meio-campo mais recuado, ou mesmo na defesa. Não é um jogador muito rápido, mas quando joga no meio marca o ritmo de jogo. A relação é boa, como sou mais velho ele faz-me perguntas de como poderá melhorar em certos aspectos e tento ajudá-lo ao máximo para que consiga já destacar-se em relação aos outros, que é o mais importante nestas alturas.

O Sporting investiu 5,4 milhões num avançado, Van Wolfswinkel. Qual a sua opinião sobre ele?
Não o conheço.

 

In ionline.pt


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