Fruto de vontades várias, o Sporting construiu na segunda metade da década de 70 uma prodigiosa equipa de hóquei em patins. Para muitos o melhor "cinco patinado" da história da modalidade, não apenas em Portugal, mas no mundo inteiro. O domínio interno do Sporting, por essa altura, era quase avassalador, mas faltava a coroação internacional, o troféu que nunca tinha vindo para Portugal. Ficou sempre até essa data em Espanha, onde se conseguiam formar melhores equipas de clube. Mas em 1977 a história mudou. A equipa do Sporting era formada por um inolvidável quinteto, constituído por António Ramalhete, Júlio Rendeiro, João Sobrinho, António Livramento e "Chana" (Vítor Carvalho de nome próprio).
Cinco atletas de eleição, aos quais se juntavam os habituais suplentes
Jorge Costa, José Garrido, Carlos Alberto e segundo guarda-redes,
Carmelino. O primeiro adversário do Sporting nesta caminhada europeia
era da Suiça, chamava-se Montreux (terra de tradições no hóquei) e foi
positivamente "amassado" pelo rolo compressor leonino: 18-1 e 11-3, nas
duas "mãos", da primeira eliminatória.
Veio depois a fortíssima equipa
espanhola do Voltregá, Bi-Campeã em título (1975, 1976). Era uma
espécie de final antecipada em dois jogos. Em Espanha, num recinto ao
ar livre e debaixo de chuva diluviana, onde a bola mal rolava (os
jogadores do Sporting não estavam habituados a isso), o Voltregá ganhou
por 5-2. O sonho parecia esfumar-se. Mas no jogo de retribuição, em
Lisboa, assistiu-se a um dos mais fenomenais "recitais" de hóquei em
patins da história do jogo em Portugal. O Sporting ganhou por 8-3 (em
terreno próprio para se jogar hóquei!) e acedeu à final, que seria
também disputada em dois jogos.
O adversário era de novo espanhol, o
Villanueva. Primeiro jogo em Lisboa e logo aqui tudo pareceu ficar
definido: 6-0. No final, uma declaração de Carlos Trullols, mítico
guarda-redes da selecção de Espanha: "Sofri seis golos e fiz uma das
melhores exibições da minha vida". Sintomático. Em Espanha, a
confirmação: nova vitória, desta vez por 6-3. O Sporting era campeão
europeu e pela primeira vez, em 12 edições, o troféu vinha para
Portugal. Houve festa rija à chegada da comitiva a Lisboa, que seguiu
depois em cortejo triunfal para o Estádio José Alvalade.
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