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Quarta, 24 Abril 2024
Paulo Ferreira vence uma etapa na Volta à França PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 04 Julho 1984 22:56

Foto: Paulo FerreiraInesperadamente um português, Paulo Ferreira, cometeu a proeza de ganhar uma etapa, a quinta, entre Bethume-Cergy e Pontaise, numa distância de 207 km, na volta à França, a que o Sporting (sem o malogrado Joaquim Agostinho) concorreu com um conjunto de que faziam parte, além de Paulo Ferreira, Marco Chagas, José Xavier, Carlos Marta, Benedito Ferreira, Eduardo Correia e os reforços Thevenard, Dithurhie e Charreaad. Com este triunfo o português subiu ao terceiro lugar da classificação geral, mantido após a etapa seguinte. O português deu mostras de fraqueza e na 10.ª etapa deixou fugir o terceiro lugar, que lhe foi arrebatado por Fignon.

 

Não foi preciso sequer que a corrida atingisse os «cornos da lua» para Ferreira resvalar. Inapelavelmente. À entrada nos Alpes, na 18.ª etapa, não resistiu ao esforço despendido, chegou à meta fora do controlo, sendo eliminado. Resignado disse: «Há dias que andava mal, a fazer um sacrifício enorme, a fim de não desistir. Fiz tudo quanto pude para não ser eliminado. Descolei na subida da primeira montanha, mas um vento forte e subidas valentes obrigaram-me a correr sozinho 160 km, pelo que cheguei atrasado.» Uma vitória à Pirro, pois. Que nem sequer lhe daria fortuna. Não muito tempo depois, em Portugal, teria de se dedicar ao ofício de mecânico, vivendo, no suor e na ferrugem, na nostalgia daquele dia em que o mundo falou dele, espantado...

 

A caravana não esqueceria Agostinho e em Crans-Montana render-lhe-ia homenagem póstuma, tendo o «camisola amarela», Laurent Fignon, entregue a Fiel Farinha, dirigente do Sporting, uma medalha de «profundo sentimento do 'Tour' pela morte de Agostinho».

A Paris chegariam apenas dois sportinguistas nos 100 primeiros: Marco Chagas (77.ª) e Manuel Zeferino (94.ª). Colectivamente o Sporting foi último classificado. Mas estavam órfãos, os «filhos da Nação». Fiel Farinha, o director do Sporting que chefiou a comitiva, fez o balanço e nem por isso se sentiu frustrado. Antes pelo contrário. «O 'Tour' foi positivo para nós. Creio que fizemos alguma coisa que ninguém esperaria, andar por cá com muitos ciclistas até ao fim e ganhar uma etapa.

 

Como reflexo da vitória, Paulo Ferreira vestiu a camisola branca e andou com ela alguns dias.» Emídio Pinto, o responsável pela orientação da equipa, afinou pelo mesmo diapasão: «Acho que chegar a Paris com uma equipa formada por oito ciclistas é uma vitória do ciclismo do Sporting. Se tivéssemos dito isto à partida, se dissesse-mos que íamos chegar aos campos Elísios com tanta gente, chamavam-nos malucos. Não viemos ao 'Tour' com a preparação conveniente. Todavia, estes ciclistas vão ser o trampolim do ciclismo Português.»

 

In abola


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