Douglas «Elias é jogador à Sporting» |
Quarta, 11 Abril 2012 13:05 | |||
Figura de proa entre os comandados de Ricardo Sá Pinto que bateram o Benfica, pela notoriedade da exibição produzida no meio-campo, Elias promoveu uma viagem no tempo aos sportinguistas saudosos da influência e determinação de William Douglas, internacional brasileiro que representou o emblema de Alvalade entre 1988 e 1992. A O JOGO, o antigo médio comparou-se ao atual camisola 77 e coloca-o no mesmo patamar competitivo que atingiu no clube, assinalando ainda um sublinhado à verdadeira encarnação do espírito de atletas que o caracterizaram. "É um jogador à Sporting, um lutador", atira, justificando com argumentação a condizer.
"O Inter de Milão era mais forte do que este Bilbau"
A campanha leonina na Liga Europa é elogiada por Douglas, também ele conhecedor dos passos da fama quando na época 1990/91, sob o comando técnico de Marinho Peres, enfrentou o Inter de Milão nas meias-finais da Taça UEFA. Olhando para Sporting e Atlético de Bilbau, o ex-internacional brasileiro entende que a diferença entre estas equipas é menor do que as que separavam os leões dos milaneses em Abril de 1991. Foi, aliás, o antigo médio que cometeu a grande penalidade que valeu o primeiro de dois golos da eliminatória, já na segunda mão, no Giuseppe Meazza, contribuindo então para o início da derrocada do sonho, após o empate a zero em Alvalade. "O Sporting terá uma equipa muito complicada pela frente, mas há boas hipóteses de passar. Não há uma diferença de valores tão grande como a que nos separava do Inter de Milão. Espero que alcance a final; tem poderio para ganhar a qualquer equipa da Europa", confia Douglas.
Suinicultura após a bola
Em Belo Horizonte, no seu Cruzeiro, cresceu para o futebol William Douglas, considerado, no Brasil, um dos melhores "volantes" do clube, sendo mesmo o 16º com mais jogos pelo emblema de Minas Gerais (390). Foi, porém, em Alvalade, durante quatro temporadas, que o Príncipe da Bola - alcunha recebida pela forma como tratava o esférico - ganhou dimensão europeia. Brilhou em 124 jogos pelo Sporting, apontando 14 golos, sempre pincelados por enorme personalidade, garra e determinação, ainda que não tenha levado de Alvalade qualquer título. Regressou ao Cruzeiro em 1992, onde venceu a Supercopa Libertadores; no ano seguinte elevou a Copa do Brasil, entre dois dos quatro campeonatos mineiros do seu currículo. Terminou a carreira com 32 anos, no Ponte Preta, treinando a espaços algumas equipas de divisões inferiores no Brasil, país onde se dedica sobretudo à suinicultura. "Exige muito de mim, e dedicar-me só ao futebol iria sobrecarregar a família. Estou dividido entre o negócio e a paixão", admite.
Viagem está em agenda
Sportinguista "de alma e coração", Douglas confessa-se afastado do clube pela ausência regular de jogos nas televisões brasileiras, mas no sentimento nada falta. A paixão pelo Sporting, pela cidade de Lisboa, ou a saudade do amigo padre Luís, da paróquia de Alcabideche, falam alto, tal como os craques com que privou. "O maior foi Figo, pela carreira que fez. Oceano, Luisinho, Carlos Xavier, Carlos Manuel e o Vítor, Vítor Damas... que goleiro", exclama. O filho, Pedro Henrique, "bom aluno" de 16 anos, quer conhecer o Sporting e a visita está em agenda. A filha Marcela, quase médica aos 21 anos, nasceu em Portugal e também se vai integrar na comitiva.
In ojogo.pt
|