«Os holandeses voadores de Alvalade» por FIFA.com |
Quinta, 24 Novembro 2011 19:16 | |||
Mudou tudo no Sporting em 2011/12. Novo presidente, novo treinador e um plantel totalmente renovado tornaram o último verão num período de enorme expectativa para os adeptos leoninos, ansiosos por ver a equipa voltar aos bons momentos depois de duas épocas para esquecer. E, após um início complicado, a equipa está, finalmente, a corresponder com boas exibições, bons resultados e dois holandeses que tem voado bem alto em Alvalade. Após quatro épocas consecutivas como vice-campeão português, sempre sob a orientação do actual seleccionador da equipa das Quinas, Paulo Bento, o Sporting caiu a pique. Em 2009/10 ficou a 28 pontos do campeão Benfica e, no ano passado, fez ainda pior ao acabar a Liga a uns incríveis 36 pontos do F. C. Porto, primeiro classificado. Era tempo de uma revolução, com Domingos Paciência a assumir o cargo de treinador, após ter feito história em Braga com um segundo lugar, um apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões e a presença na final da Liga Europa de 2010/11. E o desafio para o novo técnico não era fácil. Com um plantel praticamente novo – 14 reforços -, Domingos sabia que precisava de tempo para construir uma verdadeira equipa e contava com a paciência dos adeptos para que Alvalade pudesse voltar a ser um covil de verdadeiros leões. Essa paciência foi testada, mas valeu a pena esperar. Com dois empates e uma derrota nos três primeiros jogos da Liga ZON Sagres, não faltavam vozes a anunciar, bem alto, os diversos erros de casting, mas os arautos da desgraça leonina tiveram de engolir em seco. Tudo começou a mudar em Paços de Ferreira, na quarta jornada: os leões perdiam, por 2-0, a um quarto de hora do final do jogo, mas, às vezes, os tais 15 minutos de fama podem ser bem mais do que isso. Neste caso chegaram e sobraram para dar a volta ao jogo e abrir caminho a uma série de sete vitórias consecutivas no campeonato, que deixam o Sporting a um ponto dos dois líderes, FC Porto e Benfica, antes do clássico deste fim-de-semana entre águias e leões.
O toque holandês
Aos 22 anos, Wolfswinkel trocou o campeonato da Holanda, onde representou o Vitesse e o Utrecht, pelo Sporting e tem vindo a confirmar o porquê de ser considerado uma das grandes esperanças do futebol holandês. É o melhor marcador da equipa na presente temporada, com 11 golos, sete dos quais na Liga, onde é vice-artilheiro, com menos um do que Baba, do Marítimo. E se Wolfswinkel tem justificado, na frente de ataque, a alcunha de Iceman – homem de gelo – o meio-campo tem tido Stijn Schaars como presença constante e absolutamente fundamental. Bem mais experiente do que o compatriota, Schaars chegou a Alvalade depois de ter brilhado no Vitesse e, sobretudo no AZ Alkmaar, provando que se dá bem com os ares portugueses. Foi em Portugal que capitaneou a seleção holandesa de Sub-21 até ao título europeu em 2006 e, após ter sido um dos 23 jogadores com que a Holanda chegou até à final da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, voltou a ser feliz em Portugal. Schaars é titular indiscutível na equipa de Domingos Paciência, soma três golos no campeonato e é, aliás, o jogador mais utilizado, no conjunto de todas as competições, de uma equipa leonina que, além da recuperação no campeonato, já garantiu a presença nos 16 avos-de-final da Liga Europa. Também é justo, no mínimo, referir que Rui Patrício tem brilhado na baliza, a defesa conta com os internacionais Onyewu (Estados Unidos), Rodríguez (Perú) e Polga (Brasil), o brasileiro Elias é um pulmão incansável no meio-campo e o espanhol Diego Capel tem sido explosivo nas alas. Mas Schaars e Wolfswinkel são os holandeses voadores deste Sporting e, ao contrário do navio-fantasma da literatura e do sucesso da saga do cinema Piratas das Caraíbas, são bem reais. Para infelicidade dos adversários que se cruzam no caminho dos leões.
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