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Sporting mecânico. Leões pareciam espremidos mas afinal ainda têm sumo PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sábado, 18 Junho 2011 16:03

110618stijn_shaarsFutebol holandês é o novo mercado preferencial do Sporting. Contratação de dois internacionais demonstra que afinal ainda há poder de compra

 

O leão está de volta ao mercado. Com fôlego e juba poderosa. A tendência dos últimos anos deixou os adeptos num estado de triste conformismo, esperando por contratações a conta-gotas, por jogadores desconhecidos que chegavam a custo zero, por empréstimo ou apenas porque estavam em litígio com o anterior clube. Esta última característica até foi, durante muito tempo, o grande trunfo de Carlos Freitas que, entre outros jogadores, conseguiu trazer Liedson. Mais recentemente, José Eduardo Bettencourt pagou 6,5 milhões de euros por Sinama-Pongolle e três por João Pereira. Mais tarde, novos 3 milhões foram parar a Braga, pela contratação de Evaldo. Ainda assim, não havia uma margem tão confortável para atacar o mercado como neste ano.

O anúncio da contratação de Stijn Schaars na quinta-feira à noite foi mais um sinal dado pela estrutura leonina de que este Sporting, versão 2011/2012, está a fazer tudo para voltar ao bom caminho. O internacional holandês, contratado ao AZ Alkmaar, não obrigou a um grande esforço financeiro (850 mil euros), mas serviu para mostrar que, afinal, os leões conseguem disputar jogadores com outros clubes europeus. Há uma semana, Schaars chegou a ser dado como certo no PSV. Com Ricky Van Wolfswinkel, contratado ao Utrecht, passou-se o mesmo, mas aí o Sporting foi obrigado a abrir os cordões à bola e desembolsar 5,5 milhões de euros, naquela que foi a terceira contratação mais cara do Sporting depois de Pongolle e Rodrigo Tello.

Contas feitas, o Sporting da gestão Godinho Lopes-Luís Duque-Carlos Freitas já assegurou quatro contratações: dois sul--americanos (os peruanos Rodríguez e Carrillo) e dois holandeses. E é aqui que entra a nova nuance das apostas leoninas no mercado: o futebol da Laranja Mecânica. Os quadros do Sporting não tinham um holandês no plantel desde Stan Valckx. Contratado ao PSV em 1992, o central assumiu-se como um jogador importante na equipa de Robson e Queiroz mas saiu a meio da temporada 1994/95 para voltar ao PSV. Sousa Cintra rendeu--se aos apelos do mercado e justificou a venda como uma "oportunidade única num jogador com 31 anos".

Mais de 16 anos depois, a Holanda voltou a fazer parte do mapa dos leões. Na campanha para as eleições, os treinadores Frank Rijkaard e Marco Van Basten foram trunfos eleitorais de Dias Ferreira e Bruno de Carvalho, mas acabou por ser o presidente eleito, Godinho Lopes, a confirmar o regresso do Sporting ao mercado holandês. As críticas ao futebol apresentado em Alvalade nas últimas épocas têm subido de tom e os responsáveis acreditam que a contratação de jogadores com a escola da Laranja Mecânica pode ajudar a marcar um novo ciclo no Sporting. "São jogadores que estão mais adaptados ao nosso futebol e isso permite-nos consolidar o mais rápido possível o que pretendemos, afirmou ontem o treinador do Sporting.

Mapa do futebol Nos últimos anos, vários têm sido os mercados mais favoráveis à contratação de jogadores. Na altura em que Valckx chegou ao antigo José Alvalade, Sousa Cintra vivia um período mais europeu. Os Jogos Olímpicos de Barcelona tinham ajudado a encontrar Cherbakov e Juskowiak e no plantel já havia os búlgaros Krassimir Balakov e Ivaylo Iordanov, para além do jugoslavo Tomislav Ivkovic. Foi uma época atípica no que se pode entender do futebol leonino das duas últimas décadas, já que a invasão de brasileiros ainda não tinha ganho significado.

Esse princípio ganhou um novo fôlego com Marco Aurélio em 1994/95 mas continuou durante vários anos até Mirko Jozic chegar ao clube em 1998/99. Pelo meio, houve Gil Baiano, Assis, Carlos Miguel, Leandro, Edmilson, Nené e Vinícius, para além do paraguaio César Ramírez e do argentino Bruno Giménez, que iria dar início a um novo ciclo, já com o croata Jozic no comando. Começava a viver-se a época dos argentinos. Facundo Quiroga, Gabriel Heinze, Julián Kmet, Aldo Duscher e Alberto Acosta chegaram durante essa época e todos foram campeões com o símbolo de Alvalade ao peito, com excepção de Heinze.

Brasileiros, argentinos ou apenas sul--americanos continuaram a ser a grande aposta em Alvalade. As ligações privilegiadas a empresários com influência no Brasil e as facilidades para as contratações fizeram do outro lado do Atlântico o alvo preferencial durante praticamente todas as pré-temporadas até 2007. Nesse Verão deu-se a primeira viragem europeia, mas para leste. Vladimir Stojkovic, Marian Had, Marat Izmailov, Simon Vukcevic e Milan Purovic chegaram para Paulo Bento, mas a adaptação foi difícil para a maioria e na última época só mesmo Izmailov e Vukcevic fizeram parte do plantel.

Esta pré-época está a marcar uma nova viragem. A América do Sul faz parte, como nunca deixou de fazer, dos objectivos dos leões (contratações já asseguradas dos peruanos Carrillo e Rodríguez, para não falar do argentino Rinaudo e do colombiano Santiago Arías), mas o futebol holandês está na moda, sempre com jogadores muito evoluídos tecnicamente. Com dinheiro para investir e com o caminho aberto por Van Wolfswinkel e Schaars, a influência da Laranja Mecânica pode não ficar por aqui.

 

In ionline.pt


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