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Sexta, 30 Março 2012 22:08
120330_ojogoÉ incontornável olhar para o encontro de ontem e o que será o desafio de Kharkiv, na segunda mão dos quartos de final da Liga Europa, sem contemplar o lapso cometido nos descontos que comprometeu, por via da grande penalidade convertida por Cleiton Xavier, uma viagem mais desafogada à Ucrânia, depois da tremedeira numa primeira parte de parca personalidade e um arranque abnegado e voluntarioso - mas sobretudo inteligente e letal - na segunda. A magra vantagem na bagagem, com um golo forasteiro - coisa que os anteriores oponentes ucranianos, Dínamo de Kiev e Shakhtar Donetsk, na Champions, nunca tinham feito em Alvalade -, foi duro epílogo para a repetição da história de uma equipa de duas faces que acabou, por culpa própria, a expor-se ao domínio rival esperando que um laivo de matreirice, que já tinha valido o chutão para fora da prova do Manchester City na contenda anterior, resolvesse os problemas.

Sem os enfrentar, a equipa de Ricardo Sá Pinto, quiçá pensando nas dificuldades que os contra-ataques contrários - e o melhor ataque na Liga Europa, com 25 golos - poderiam criar perante uma formação exposta em ataque continuado, navegou durante a primeira parte num bloco baixo, esperando e desesperando os adeptos no seu meio campo, sem atacar a eliminatória com aspetos tão simples como a exploração da incapacidade dos centrais contrários em posse, sempre que pressionados. Com o meio-campo formado por Cleiton Xavier e Torres a controlar as operações de Matías Fernández e com Villagra, na direita, a meter Capel no bolso, enquanto Izmailov tinha dificuldades para carregar jogo face à pressão do segundo homem do flanco, Blanco, em missão defensiva junto de Obradovic, o Metalist controlou como quis a posse da bola, as transições, e levantou a nuvem do perigo em Alvalade. É que na frente, mesmo sem rematar, Cristaldo e Taison recebiam a bola como queriam e viravam-se para Rui Patrício sem a pressão e a agressividade exigidas à última linha contrária.

A aula de 45 minutos serviu para que tudo mudasse. Uns, os ucranianos, porque viram que se podiam esticar sobre a defesa contrária, o que viria a tornar-se quase fatal, e outros, como Matías Fernández, Izmailov e a dupla Insúa-Capel, a perceberem que estava aberta a caixa de Pandora para o espaço nunca tido e acesa a luz verde para embalar rumo ao desbloqueio das linhas de passe - e do jogo. A atitude e a velocidade de processos também eram outras e foram precisamente esses dois atributos que, por força de um erro de Blanco, quando Villagra estava a tentar ganhar as costas a Insúa no meio-campo contrário, permitiram ao lateral-esquerdo argentino ganhar a bola, lançar pela primeira vez Capel com metros para correr e vê-lo servir, com qualidade e certeza, a convicção de Izmailov perante Goryainov.

A desconcentração marcou a partir de então as tarefas do bloco contrário: Insúa cavalgava na asa canhota, Izmailov mexia na bola como sabe, e El Crá, com a direita arqueada, cheirava o segundo, ora de livre, ora em zonas frontais em posição de remate. Insúa finalizou dessa zona minutos antes do recuo estratégico e da perda de agressividade no setor intermediário com a saída de Carriço. Apareceu então Rui Patrício, com o renovado ataque ucraniano a ter Devic como ameaça de peso. Intervenções atentas foram adiando o desfecho que se viu.

Cleiton Xavier aproveitou o acerto de Wolfgang Stark, converteu a grande penalidade e deixou os homens de Ricardo Sá Pinto com a certeza de que o ataque continuado do Metalist não é papão na segunda mão; de que os dois melhores centrais adversários, já de si limitados, não serão armas; e também de que, sem cinismo e eficácia, a tarefa de atingir a meia-final da Liga Europa estará mais longe, sem esquecer que, historicamente, 48 por cento das equipas que venceram o primeiro jogo em casa seguiram em frente...

Ficha do jogo

Estádio José Alvalade
Árbitro: Wolfgang Stark

SPORTING: Rui Patrício; João Pereira, Xandão, Polga, Insúa; Carriço (Renato Neto) e Schaars; Izmailov (Carrillo), Matías e Capel (Jeffren); Wolfswinkel.

METALIST: Goryainov; Obradovic, Papa Gueye, Torsiglieri, Villagra; Torres e Cleiton Xavier; Sosa, Blanco e Taison; Cristaldo.

Golos: 1-0 Izmailov, 2-0 Insúa, 2-1 Xavier


O Sporting um a um
O Insúa resolve...

Rui Patrício 7

Se o Sporting sofreu um golo, deve-o a ele, que cometeu um penálti à beira dos descontos. Ao mesmo tempo, se sofreu apenas um golo também o deve a ele pelas quatro grandes defesas que fez, todas na fase final: aos 74', parada incrível num remate de Devic na sua cara; aos 80', uma saída rápida aos pés de Sosa; e aos 90', grande voo a tiro de Marlos. Balanço: só pode ser (mais do que) positivo.

João Pereira 5

Foi dos mais empenhados em levar a equipa para a frente, no seu jeito gingão, embora ontem não tão inspirado na finta e no passe como é hábito. Deu facilidades atrás e falhou muitos passes.

Polga 6

Teve apenas um ponto baixo numa exibição com muitos altos: aos 47', Taison passou por ele com demasiada facilidade para este nível. Mas fez inúmeros cortes importantes e com muita classe, como aos 83', quando adivinhou com inteligência onde ia parar um centro mortífero de Taison.

Xandão 6

Também teve muito trabalho para travar Taison e não foi tão exuberante no corte como Polga, embora sem grandes erros visíveis.

Insúa 7
O melhor atacante foi um defesa

Após uma primeira parte ofensivamente desinspirada de toda a equipa, foi ele a abrir o cadeado ucraniano fabricando os dois golos com que o Sporting bateu o Metalist. No primeiro, ganha com grande empenho uma bola na defesa, desmarca Capel com um passe perfeito e tem pulmão para acompanhar a jogada, tabelando com o mesmo Capel antes de este fazer o centro para Izmailov encostar. No segundo, num livre indireto em que Schaars lhe dá um pequeno toque na bola, atira com força e colocação, sem hipóteses para Goryainov. Com muita qualidade nas subidas pelo flanco, teve uma ou outra falha defensiva, mas merece enormes elogios pela contribuição para o resultado. Até porque foi pura e simplesmente... decisivo.

Carriço 6

A primeira parte foi de rigor defensivo assinalável, sempre no caminho da bola, apesar de não estar no melhor momento físico. Chegou a estar em dúvida e por isso foi substituído. A sua saída, aliás, coincidiu com a chegada do melhor período do Metalist, o que abona a seu favor.

Schaars 6

Menos aventureiro do que é costume, o que se refletiu na produção ofensiva da equipa, órfã das suas subidas. Mas não se pode ter tudo e, a defender, esteve impecável.

Matías Fernández 6

Recuperado de um ataque de febre, notou-se que não teve tempo para se apresentar nas melhores condições físicas. Com pouca velocidade de arranque, compensou, no entanto, com a visão de jogo que lhe permitiu bons passes. Ganhou a falta que deu o 2-0.

Izmailov 7

Quando saiu, foi aplaudido de pé. Não correu quilómetros, mas quase tudo o que fez foi bem feito... como o golo que marcou. Pareceu fácil, mas a inteligência na desmarcação para encostar o centro de Capel não está ao alcance de qualquer um.

Capel 6

Tudo lhe saía mal, não acertava uma finta, até que... aos 51', com a ajuda de Insúa, arranca pela esquerda e saca um cruzamento perfeito para Izmailov abrir o ativo. Pela importância da jogada, merece boa nota.

Van Wolfswinkel 5

Esforçou-se bastante para participar no jogo, com constantes recuos para o meio-campo, mas a verdade é que nunca conseguiu ameaçar Goryainov. Prendeu os defesas e fez dois remates, um fraco e outro intercetado.

Renato Neto 4

A equipa acusou a troca de Carriço por Neto, que não trouxe segurança ao setor, pelo contrário, e pareceu várias vezes desposicionado.

Jeffren 5

Aplicação e velocidade, com um raide a levar grande perigo (82') e vários outros a deixar Obradovic em sentido.

Carrillo 4

Entrou mais tarde do que Jeffrén e, também por isso, viu-se bastante menos.

Sá Pinto
"Vamos otimistas para a segunda mão"

Apesar do golo sofrido nos descontos, Sá Pinto não escondeu a satisfação pela exibição do Sporting, principalmente na segunda parte. O técnico leonino felicitou os jogadores e está crente na passagem às meias-finais da Liga Europa. "Foi pena termos sofrido o golo pela grande segunda parte que fizemos. Conseguimos ser superiores, tivemos jogadas de grande qualidade e, com calma, podíamos ter feito o terceiro golo, mas vamos otimistas para a segunda mão", afirmou Ricardo Sá Pinto.

O treinador do clube leonino explicou que a estratégia, montada em função de um adversário com "grande qualidade do meio-campo para a frente e enorme talento", assentou deliberadamente num ritmo de jogo mais baixo nos primeiros 45 minutos, até por motivos físicos. "As adversidades são muitas, com jogos de três em três dias, e não podemos ter uma intensidade como queremos durante o jogo todo. Aguentar o ritmo de jogo alto, como na segunda parte, durante 90 minutos não é fácil. Temos de ser inteligentes. Estudámos o adversário e sabíamos que se déssemos espaços, não o conseguiríamos parar; não nos podíamos expor como gostaríamos de fazer. Devíamos ter tido mais paciência, mas na segunda parte subimos as linhas, pressionámos mais alto e isso possibilitou-nos uma segunda parte como idealizo, à Sporting", sublinhou Sá Pinto, assumindo que a sua equipa poderia ter tido "mais alguma calma", nomeadamente na "circulação de bola e nas saídas para o ataque".

Mesmo assim, reforçou que a estratégia, que "passava por escolher o momento adequado e poder concretizar para conseguir a vitória, resultou". "A equipa cumpriu na plenitude o que foi pedido. Os jogadores tiveram uma atitude enorme. Preparámos a fase de construção, e o Metalist deixou de ter jogo interior e ligação. Só na parte final, pelos corredores, criaram uma ou outra jogada ofensiva onde procuraram os espaços", atirou.

O técnico sossegou igualmente os adeptos e prometeu que na Ucrânia haverá "um Sporting a disputar a eliminatória do primeiro ao último minuto". "O golo sofrido perante uma equipa que nunca tinha perdido fora não vai alterar a estratégia para a segunda mão", comentou o treinador do Sporting

Miron Markevich
"Basta-nos um golo"

Miron Markevich rejubilou com o golo marcado por Cleiton Xavier, de grande penalidade. O treinador do Metalist não foi de muitas falas na sala de Imprensa, mas deu a entender que a formação ucraniana tem argumentos para alcançar as meias-finais da Liga Europa. "Acho que com o golo marcado, posso estar com mais confiança. O resultado de 2-0 é 2-0, e claro que 2-1 é sempre um melhor resultado. Basta marcar um golo em casa para passarmos", lembrou Miron Markevich.

Para o técnico do Metalist, a eficácia foi preponderante e Markevich nem concorda que o Sporting tenha exercido maior domínio na etapa complementar. "Nós ainda começámos a jogar melhor e no final quem marcou fomos nós. Ainda conseguimos marcar um golo, depois de termos sofrido dois", disse satisfeito.

O treinador só não gostou da arbitragem. "Tivemos três cartões, e um só por falar com o árbitro. Torsiglieri vai ser castigado e multado por isso", disse sobre o central, que falhará a segunda mão, tal como Papa Gueye.

Torsiglieri
"Tudo pode acontecer"

Torsiglieri, antigo central do Sporting e que agora representa o Metalist, não foi muito feliz no regresso a Alvalade, mas gostou do resultado final. "O golo foi importante e coloca-nos na eliminatória; pode acontecer tudo na segunda mão", disse o argentino, que conhece bem os leões: "A base da equipa é a mesma, com algumas diferenças. Não deram tempo à equipa do ano passado. Nunca quis sair, queria ficar, mas a decisão não foi minha. Custou muito voltar a Alvalade, rever os antigos colegas e estar com Paulinho."

Cleiton Xavier considerou triunfo do leão merecido

Cleiton Xavier marcou o golo solitário do Metalist, de penálti, e elogiou o Sporting, considerando o triunfo leonino "merecido". "O Sporting tem uma equipa muito forte. Na Ucrânia esperamos fazer o dever de casa", declarou o brasileiro, que já esteve ligado ao Sporting.

Rui Patrício
"Agora vamos à Ucrânia para ganhar"

Rui Patrício desdramatizou o golo sofrido já em cima do apito final, preferindo valorizar a vantagem com que o Sporting vai jogar a segunda mão ao terreno do Metalist. "Infelizmente sofremos o penálti, mas ganhámos e temos de dar mérito à nossa equipa. Não vamos à Ucrânia para defender. Acreditamos no nosso valor e vamos lá também para ganhar", afirmou, admitindo que a equipa já sonha em chegar à final da Liga Europa: "São três finais que ainda faltam para chegarmos à grande final. Vamos pensar jogo a jogo e primeiro temos o Metalist."

Carriço
"O golo sofrido não mancha a exibição"

Daniel Carriço mostrou-se muito confiante para o jogo da segunda mão, defendendo que o golo sofrido "não mancha a exibição". "Demos tudo para vencer. Acredito que vamos passar a eliminatória. Vamos à Ucrânia para marcar e ganhar. Pelo que mostrámos na segunda parte podemos perfeitamente consegui-lo", afirmou o defesa que foi chamado novamente para o meio-campo. "Quando sou chamado àquela posição tento fazer o meu melhor, foi o que fiz", comentou Carriço que não poderá jogar na Ucrânia devido a acumulação de amarelos.

Capel
"Golo dá-lhes ânimo para a Ucrânia"

Para Diego Capel, a grande penalidade convertida por Cleiton Xavier estragou a boa exibição do Sporting e tornou o resultado perigoso para a segunda mão. "Apesar de tudo, conseguimos um bom resultado e é importante termos ganho o jogo", ressalvou o extremo, acreditando que "o Sporting tem capacidade para superar a eliminatória": "Vai ser complicado, porque o Metalist joga em casa. Mas nós é que estamos em vantagem, o que os obriga a marcar um golo." O avançado desvalorizou ainda a vitória do Atlético de Bilbau: "Não queremos pensar ainda nas meias-finais. Temos um jogo muito importante para a semana e antes ainda queremos vencer o Leiria."

Wolfswinkel só lamenta o penálti

O avançado Ricky van Wolfswinkel fez questão de esclarecer no final da partida que "a vitória foi o mais importante", embora mostrando-se resignado com o golo sofrido: "Entrámos bem sobretudo na segunda parte, só foi pena o penálti no final." O holandês, apesar de levar para a Ucrânia uma vantagem mínima, mantém a confiança. "Mesmo assim estamos à frente na eliminatória e eles vão ter de marcar. Estamos confiantes e vamos fazer um bom jogo e obter um bom resultado", perspetivou. Van Wolfswinkel vê os leões a galgar eliminatórias rumo à final de Bucareste, mas não desvaloriza as restantes competições, afirmando que "não há prioridades". "A Liga também é importante", juntou.

In ojogo.pt

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