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Mário. O dia de glória do herói inconformado do Sporting PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 10 Maio 2012 11:31

Foto: MárioInvencível nas Antas desde Agosto-83, o FC Porto é afastadoda final da Taça de Portugal no último minuto do prolongamento

 

“Não sei o que acontece comigo. Corro como um louco em campo. Eu mato-me, faço tudo igualzinho aos outros. E, no fim, ninguém me vê. Da torcida, ninguém grita o meu nome. Querem levar-me à loucura.” Ainda no Brasil, o explosivo Mário é a imagem do descontentamento e sempre com a tendência para desafinar o coro dos conformados.

Campeão carioca pelo Fluminense em 1980, Mário não dá o salto para o Brasil por opção do seleccionador Telê Santana e transfere-se para o Bangu. Daí salta para o Sporting, no Verão de 1986. Joga duas e ganha uma Supertaça portuguesa. Entre os 62 jogos, seis golos, o mais importante dos quais em pleno Estádio das Antas (1-0), que dita o afastamento do FC Porto da Taça de Portugal, a 17 dias de a equipa portista se sagrar campeã europeia frente ao Bayern.

Aos 30 anos de idade, Mário Marques Coelho ainda não atingira aquele momento de glória... até chegar o dia 10 de Maio de 1987. Embora o Sporting tivesse ganho ao FC Porto no mês anterior para o campeonato (2-0 em Alvalade, com golos de Meade e Houtman), ninguém espera uma vitória do Sporting no Porto. Ninguém? Não! O “refilão” Mário é o desalinhado do dia.

No último minuto do prolongamento, num lance de ataque, Mário não se intimida com a largura do polaco Mlynarczyk e atira fortíssimo de fora da área, depois de partir os rins a Celso com uma finta de corpo. A verdade (para Mário, claro) está reposta e o seu nome ecoa pelas bocas dos adeptos leoninos nas Antas.

O central Venâncio, capitão após a substituição de Manuel Fernandes a meio da segunda parte, analisa Mário: “Era um típico jogador brasileiro, bom de bola. Não era alto e estava mais vocacionado para atacar. Defender não era com ele, mas sempre compensava essa falta. Lembro-me desse jogo, porque foi a única vez que ganhei nas Antas e logo no último minuto do prolongamento no ano em que o FC Porto estava na final da Taça dos Campeões. Um belo momento. Pena depois a derrota na final, com dois golos de Diamantino [Benfica].”

Sim senhor, o Sporting está na final da Taça mas o mais importante nem é isso. O golo de Mário tem a particularidade de derrotar o FC Porto no seu feudo, algo que não sucede desde Agosto de 1983. E já estamos em Maio de 1987. Ou seja, passam-se quatro anos e as Antas é mais azul e branca que nunca. Ao todo, são 83 jogos sem derrotas, desde aquele remate do benfiquista Carlos Manuel na final da Taça fora da época, com o inacreditável balanço de 248 golos marcados e 33 sofridos entre 76 vitórias e seis empates (Benfica-2, Sporting, Boavista, Varzim e Vitória de Guimarães)

Por lá passam equipas como Barcelona (Schuster), Ajax (Van Basten) e Dínamo Kiev (Belanov e Blokhin) mas nenhuma delas tem a destreza de Mário, o herói inconformado.

Sob a arbitragem de Alder Dante (Santarém), as equipas alinham da seguinte maneira:

FC Porto – Mlynarczyk; João Pinto, Lima Pereira (Semedo, 14’), Celso e Eduardo Luis; Jaime Magalhães, André (Frasco, 46’), Quim e Futre; Gomes e Madjer

Treinador: Artur Jorge (português)

Sporting – Damas; João Luís I, Duílio, Venâncio e Virgílio; Oceano; Meade, Manuel Fernandes (Marlon Barndão, 62’), Mário (Litos, 120’) e Silvinho; Houtman

Treinador: Keith Burkinshaw (inglês)

Marcador: 0-1, Mário (119’)

Nota: Lima Pereira lesiona-se aos 14 minutos num lance fortuito com Silvinho e falha a final da Taça dos Campeões.

 

In ionline.pt


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