REENCONTRA HOJE O CLUBE AO QUAL MARCOU NUM ENCONTRO DA TAÇA
RECORD - Como tem corrido a experiência no Sion?
PAÍTO - Estou a iniciar a terceira temporada no clube. Apesar deste ser um país frio, fui muito bem recebido. Esta experiência tem sido muito boa.
R - Teve a ajuda de alguém na adaptação?
P - Quando cheguei, encontrei o João Manuel Pinto e o Kali [antigo defesa-central de Santa Clara], de quem me tornei grande amigo. Ajudaram-me na adaptação. O Carlitos saiu quando fui contratado.
R - A saída de Portugal foi difícil?
P - Custou-me muito deixar Portugal. Ficaram lá muitos amigos meus, bem
como o meu irmão, que estava a estudar informática na faculdade. Foi
difícil, mas vir para o Sion era um desafio e estou a gostar bastante.
R - A saída do Sporting está-lhe atravessada?
P - Obviamente, gostava de ter continuado no Sporting. Trata-se de um
grande clube, que qualquer jogador gosta de representar e eu não fujo à
regra. Mas a vida é assim e tive de levantar a cabeça. O que falhou?
Não sei. Nunca defraudei ninguém; talvez merecesse mais oportunidades.
R - Por que o dispensaram?
P - Não fui dispensado... O treinador era o Paulo Bento. Ele entrou em
outubro [de 2005] e eu saí em dezembro. Eu é que pedi para sair. Tinha
noção de que não era opção e, sendo ainda jovem, pretendia ser
utilizado com assiduidade. Fui emprestado ao V. Guimarães e, no ano
seguinte, ao Sp. Braga, de onde me transferi para o Sion.
R - Teve problemas com Paulo Bento?
P - Não. O Paulo Bento foi sempre espetacular comigo. Fomos
companheiros no Sporting. Alguém tinha de partir e, depois de ter feito
mais de 20 jogos na época anterior, chegou a minha vez de sair. Nada de
mais se passou.
R - Hoje reencontra o Benfica...
P - [risos] Trata-se de um jogo a feijões. É sempre bom defrontar
equipas portuguesas. Vai ser um jogo especial, nomeadamente para os
muitos emigrantes portugueses que residem nesta zona. E eu vou poder
reencontrar alguns amigos, como o Carlos Martins, de quem fui
companheiro no Sporting. A nossa equipa está em fase mais adiantada,
pois o campeonato suíço começa já este fim-de-semana. No entanto, o
Benfica tem boa equipa e jogadores capazes de decidir um desafio.
R - Frente ao Benfica, protagonizou um dos melhores momentos da sua
passagem pelo Sporting: o golo marcado num jogo da Taça de Portugal, em
janeiro de 2005, depois de ter feito um "túnel" a Luisão.
P - [risos]. Foi há tanto tempo! Se foi especial? Não, até porque
perdemos o jogo e fomos eliminados [6-7 nas grandes penalidades].
R - Foi o seu melhor golo?`
P - Já marquei outros golos bonitos... mas posso dizer que esse está na minha lista.
R - Ainda se recorda do golo?
P - Não quero falar mais disso. Foi há tanto tempo e já não sou jogador
do Sporting... Talvez se defrontar o Benfica nas competições europeias
possa falar desse momento, mas, por agora, prefiro abstrair-me, até
porque, repito, trata-se de um jogo a feijões.
R - Tem acompanhado o futebol português? O que lhe parece o Benfica esta temporada?
P - Reforçou-se bem. Tem um novo treinador, português, que conhece bem
o campeonato. Tenho a certeza de que vai querer alcançar o seu
objetivo, que corresponde ao de um clube grande: conquistar o título.
Com um bom treinador, o Benfica terá a estabilidade de que necessita.
R - E o seu Sporting?
P - Está muito bem e o Paulo Bento é muito inteligente. Depois do
campeonato menos bom que realizou o ano passado, acredito que esta
temporada será mais competitivo. Também se reforçou bem.
R - Finalmente, o FC Porto, que perdeu Lucho e Lisandro...
P - ... Mas pouco muda. Quando sai um jogador importante, Pinto da
Costa vai buscar outro igual ou ainda melhor. A estrutura do clube está
consolidada e, enquanto se mantiver, os dragões serão sempre um
candidato ao título.
In www.record.pt
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