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Quinta, 28 Março 2024
E assim se perdeu uma «ESTRELA» PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Domingo, 12 Setembro 1971 22:00
Nene: Durante a recruta nas Caldas da RainhaNascera em Madrid, mas cedo a família partiu para Moçambique. À aventura. Foi lá que despontou para o futebol no Desportivo de Lourenço Marques um rapazinho de seu nome Modesto Luís de Sousa Neves - (Nene) era o seu nome de guerra/alcunha no jogo do pontapeio na bola. Com 17 anos ruma a Coimbra. Matriculado no Instituto Industrial, tornou-se atleta-estudante da Académica de Coimbra, torna-se jogador cobiçado e aos 20 anos, o Sporting acena-lhe com um contrato milionário: 1.350 contos. 


Era o preço do seu génio, da sua imaginação cintilante, dos seus dribles irresistíveis, das suas arrancadas destruidoras, dos seus remates fulminantes. Mas, numa noite tépidamente trágica naquele Agosto, depois de ter jantado em Coimbra, pegou no seu Austin oferecido pela Académica e partiu para a Figueira da Foz, nesse percurso uma curva traiçoeira perdeu o controlo do carro e foi enfeixar-se nas traseiras de uma camioneta...


E Coimbra em dor e lágrimas. Pela morte de um ídolo ainda menino. E de um símbolo. Que era uma das maiores esperanças (se não a maior) do futebol Português. Jazia já no cemitério da Conchada em Coimbra.
Um dos seu colegas na Académica e seu maior amigo e confidente em Coimbra (Feliz), contaria : «Nene andava despedaçado. Não o deixavam em paz, mesmo sabendo que já tinha assinado pela Briosa. O Sporting não o largava, acenava-lhe com cheque e mais cheques. Queriam que ele assinasse à força, que desse o dito por não dito. Sentia-se muito envergonhado em Coimbra, foi por isso que partiu para a Figueira da Foz, em busca de refúgio. Pediu-me que lhe mandasse a roupa, que precisava de fugir daquele suplício.»


Como acontece nestes casos, foi a pouca-vergonha, das Direcções da Académica e Sporting, esgrimirem culpas e respectivo corte de relações, sem qualquer respeito pelo atleta falecido, dizia a direcção Academista que o culpado do acidente que vitimara Nene era o Sporting por lhe ter passado um cheque de 100 contos que o S.c.p. dizia ser para entregar aos Academistas para pagar o carro que lhe tinham dado, contra argumentava a parte Leonina, que a maior responsabilidade era de quem lhe tinha dado o carro e nestes trocar de comunicados se via o respeito pelo morto!!!

 

In Jornal "A Bola"


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