Dois dias depois da «intentona»
das Caldas, o (aparente) jogo do título. Quente, quentinho. O
Sporting bateu o F. C. Porto por 2-0, reforçando o seu
favoritismo, para desencanto de Guttmann, de feitiço cada vez
menos enleante. Mas foi de revolta a reacção portista.
Abel foi o porta voz da revolta, e num tom acusador, atiçou:
«Se querem que o Sporting seja campeão, dêem-lhe o
título, escusam de andar, aos poucos, a fazer favores.
Por que
não mandaram outro árbitro para um jogo tão
importante? César Correia até fazia sinais para os
jogadores do Sporting! Incrível, mas verdadeiro. Aquele
segundo golo é inacreditável, Nem sei como o árbitro
pode jurar pelos filhos que não tinha sido falta .»
Tibi, o guarda-redes portista, sobre o primeiro golo: «A bola
partiu de Baltasar, bateu em Bené e apanhou Dinis em posição
feliz. Foi um golo de sorte. Eu não vi como foi, mas ele
também não.» O segundo ... «Esse foi um
escândalo. Saltei para a bola e quando a tinha na mão,
Dinis deu-me uma sapatada e larguei-a. Foi esse golo que nos matou. E
perante isso, só tenho de pensar que o sr. César
Correia é do Sporting.»
Dinis replica: «Nem toquei
no Tibi. Fiz a minha obrigação e marquei golo. Mas
ainda não podemos cantar de ... leão, que ainda falta o
jogo com o Benfica.
In "A Bola"
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