TREINADOR DEIXA OS LEÕES AO FIM DE NOVE ANOS

Paulo Bento levantou quatro troféus em quatro temporadas enquanto treinador dos leões, uma média nada má quando comparada com a apresentada pelo clube nos anos que antecederam a sua ascensão a técnico da equipa principal.

Corria a temporada de 2005/2006, quando Paulo Bento, com o título nacional de juniores na bagagem, assumiu o comando dos verde e brancos depois da saída de José Peseiro do clube de Alvalade.

Tido como um treinador "à Sporting", pelo facto de se ter iniciado como treinador na Academia de Alcochete, cedo ganhou a confiança dos adeptos e embalou a equipa para prestações mais consentâneas com os pergaminhos do clube, atingindo o segundo lugar final que lhe valeu a entrada na "Champions" e ficou-se pelas meias-finais da Taça de Portugal, caíndo aos pés do FC Porto nas grandes penalidades de uma partida marcada por uma arbitragem infeliz de Olegário Benquerença no Estádio do Dragão.

Na época seguinte, em 2006/2007, cumpriu a sua primeira temporada completa e nunca esteve tão perto do título como nesse ano em que acabou no segundo posto a apenas um ponto do campeão FC Porto. No entanto, oito dias após o final do campeonato as tristezas deram lugar às alegrias e Paulo Bento marcou presença pela primeira vez no Jamor enquanto treinador, levantando a Taça de Portugal depois de um golo tão solitário quanto tardio de Liedson, suficiente para bater o Belenenses de Jorge Jesus e dar ao técnico o seu primeiro troféu no futebol sénior.

"Foi uma época muito boa. Extraordinária teria sido se ganhássemos as duas competições", revelou Paulo Bento, a 27 de maio de 2007, no final da partida que lhe valeu a sua primeira Taça de Portugal, antes de agradecer ao seu plantel: "Parabéns aos meus jogadores que foram inexcedíveis ao longo da época."

Os sportinguistas não precisaram de esperar muito para voltarem a festejar um troféu sob o comando de Paulo Bento. A 11 de agosto de 2007, os leões foram a Leiria vencer o FC Porto através de um golo sem resposta do recém-chegado Marat Izmailov, e o treinador ergueu a sua primeira Supertaça Cândido de Oliveira.

"Ganhámos um troféu e é bom porque estamos a habituar-nos a ganhar. Mas é preciso ter a cabeça entre os ombros e os pés assentes na terra", considerou o treinador no final do desafio que fazia antever uma temporada promissora para os leões.

No entanto, o campeonato acabou por não correr da forma desejada e Paulo Bento voltou a ficar-se pelo segundo posto, bem atrás do FC Porto de Jesualdo. Contudo, a 18 de maio de 2008, o leão haveria de lamber as feridas conquistando a Taça de Portugal e desforrando-se dos azuis e brancos numa partida em que Rodrigo Tiuí acabou por ser o herói improvável ao apontar os dois golos com que a equipa de Paulo Bento se superiorizou em pleno prolongamento de uma partida em que, segundo o treinador, estiveram em campo "os dois melhores das duas últimas épocas".

Com duas Taças de Portugal e uma Supertaça no bolso, o Sporting partiu para a época de 2008/2009 confiante na confirmação do sucesso do treinador, apostando no reforço da equipa como ainda não tinha feito desde a chegada de Paulo Bento e ganhando confiança com mais um triunfo sobre o FC Porto na final da Supertaça.

A 16 de agosto de 2008, leões e dragões mediram forças no Estádio do Algarve e dois golos de Yannick bastaram para que Paulo Bento festejásse mais um troféu, nunca temporada que prometia. Porém, o título nacional voltou a ficar longe, mas o conjunto de Paulo Bento manteve o segundo posto dos anos anteriores, assim como a consequente entrada na Liga dos Campeões.

Agora, a 6 de novembro de 2009, a necessidade de fazer a equipa regressar aos bons resultados foi suficiente para esquecer as boas provas realizadas sob a batuta de Paulo Bento em épocas anteriores, fazendo a corda partir pelo lado habitualmente mais fraco e colocando um fim numa ligação de quase uma década.

In "Record"