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Abrantes Mendes: "O Sporting fugiu de África, o grande segredo deste Benfica" PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 07 Outubro 2009 21:56

091007_abrantes_mendes"E não quiseram Jesus", recorda o ex-candidato que viu o plano chumbado.

 

Sérgio Abrantes Mendes, o juiz--desembargador derrotado nas eleições em 2006, quebra o silêncio recordando com frustração as ideias defendidas na altura e que, anos mais tarde, julga terem lançado o grande rival para o melhor momento da década. "África era o único caminho", frisa, antes de demonstrar estranheza pelo clube "não ter apostado no sportinguista Jorge Jesus". Mais afastado do clube, o ex-dirigente critica ainda a falta de rumo do futebol leonino.

Como analisa o actual momento que o Sporting atravessa?
Faz parte do plano pré-concebido há largos anos para anestesiar os sócios e ir transformando o clube numa empresa. Tudo com a conivência de directores de jornais e opinion makers...



Mas José Eduardo Bettencourt tem tentado aproximar o clubes dos sócios de várias formas...
Por mais que se esforce, a verdade é que estava lá dentro quando tudo começou. Tinha conhecimento do que se ia passando. O Sporting tem um passivo desmesurado, ainda vai delapidar mais património e ninguém pensa a sério o futebol do clube.

É por isso que está tão longe do primeiro lugar à sétima ronda?
Óbvio! Paulo Bento já retirou o máximo que podia deste plantel. Agora está esgotado. Não há desequilibradores... Falta muita coisa. O novo discurso de inovação não passou à realidade.

Como assim? Porquê?
O Sporting tem uma equipa estruturada - embora sem motivação - mas peca por não ter ninguém a pensar o futebol. Basta ver as contratações nos últimos anos: Farnerud, Purovic, Celsinho... Agora Angulo, um erro de casting: é bom mas já não desequilibra nem galvaniza...

Falta solidariedade interna?
E temo que piore. O Sporting é um clube de castas e a actual nunca perdoou as eleições de Jorge Gonçalves e Cintra. Estão a transformar o Sporting num clube-empresa e não reparam que, na SAD, não há ninguém que perceba ou pense a sério o futebol a curto ou médio prazo.


Como vê os recentes ataques de Bettencourt ao Benfica?
Não entendo... Critica o Fundo de Investimento do Benfica e o facto de Javi Garcia ser avaliado em 17 milhões de euros. E o Moutinho, não tem uma cláusula de 25? E o Veloso de 30?

Defende essa aposta do rival?
Não é bem isso... Sempre defendi, e defendo, que o clube devia olhar mais para o exemplo do Barcelona e gizar uma política semelhante. O Sporting tem de fazer valer o peso que tem entre as altas pessoas da sociedade portuguesa, mas estas até parece que têm vergonha. É isso que o Benfica faz, enquanto nós passamos a imagem de tontinhos...

Mas é só esse o problema?
Há muitos e atira-se areia para os olhos atacando o rival. Bettencourt entrou com outra imagem, discurso e garra, mas deveria também ter aproveitado para mexer em algumas coisas. Sabendo que não ia para o FC Porto, o Sporting não quis o Jorge Jesus. Deixou passar essa oportunidade. Com o Bento forever, quem manda pôs-se abaixo do empregado. E como o clube está armadilhado em termos internos, penso que ainda vai piorar...

E como poderia ser invertida essa situação ?
O Sporting está a sofrer com o sucesso do Benfica. Isso está a adensar a crise que o clube atravessa. Mas o pior é que o modelo deste Benfica vencedor podia estar aplicado há muito tempo...

Em que sentido? O treinador? O Fundo de Investimento?
Tudo. O Sporting não quis Jorge Jesus e, pior, passou ao lado de um mundo novo para o futebol português: África. Em 2006, quando fui candidato, chamaram-me lírico quando falei nisso. Agora, o Benfica virou-se para lá e veja-se onde chegou...

Vê parecenças com o modelo que defendia em 2006?
Muitas. É com o apoio de África que o Benfica pretende chegar ao topo. É o único caminho.

Pode especificar?
Defendia que o Sporting devia ter uma placa giratória em África. Lá existe muito dinheiro e pouca credibilidade; o Sporting tem pouco dinheiro e bastante credibilidade. Era a junção perfeita! A criação de uma Fundação permitiria a criação dessa placa giratória, seguindo-se a construção de uma academia, o know-how, a participação em torneios que levassem a marca até lá. Em contrapartida, viriam os fundos para baixar o passivo e investir no futebol. Até se justificava a abertura do capital social aos grupos africanos.

E isso seria tudo viável?
Claro! Angola terá a CAN, a África do Sul o Mundial. Há dinheiro, interesse, garantias... O desporto esbate barreiras de todas as ordens. Do treinador ao modelo de gestão e investimento, cometeram-se vários erros. E o Sporting fugiu de África, o grande segredo deste Benfica.

 

In ionline.pt


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