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"...Mas eu ia lá perder este jogo com o Benfica" PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sábado, 07 Novembro 2009 22:46

091107_hadjiHadji, 37 anos, Bola de Ouro africano e ex-Sporting, foi operado às costas. Volta amanhã aos relvados na liga amadora do Luxemburgo, pelo Fola Esch.

 

Daqui a uma semana, Mustapha Hadji faz 38 anos. Os anos passam mas não lhe pesam. E a alegria de jogar é superior a tudo, até a uma operação às costas. "Agora, já estou mais direito", brinca o marroquino, que marcou na estreia pelo Sporting em Agosto de 1996 (3-1 em Espinho, lançado pelo belga Waseige). Quando o i lhe telefona, Hadji, ou Mous, como é conhecido no futebol, recebe-nos na língua de Camões. Mas pede, "se faz favor", para a conversa ser em castelhano. Ó Hadji, por quem sois...

Aos 37 anos e 356 dias, admite ter voltado ao passado, "ao tempo em que jogava pelo prazer de jogar, no bairro, sem aquela tensão". Pois é, Hadji está na 1.a divisão do Luxemburgo e veste-se de encarnado (camisa) e azul (calções), as cores do Fola Esch, uma equipa amadora como todas as outras 13 da liga amadora, e as dos rivais do Sporting, clube que representou época e meia entre Julho de 1996 e Dezembro de 1997.

Amanhã há jogo com o Benfica, onde está o extremo português Ramires, formado precisamente no Sporting, entre 1989 e 1994. Os dois cruzam-se finalmente, porque quando Hadji aterrou em Lisboa, via Nancy (onde não se entendeu com um certo Bölöni), já Ramires estava fora de Alvalade. "Comigo, só jogou o Ramírez", referindo-se ao paraguaio.

Por falar nisso, que recordações lhe traz o verde e branco? "Muitas. Aí, aprendi o que era futebol de verdade. Todas as semanas jogava para 60 mil pessoas e os treinos eram vistos por 3000, 4000 adeptos. Mira, nunca perdi com o Benfica. Ganhei a primeira em Alvalade [1-0 por Beto] e empatei a outra [0-0 na Luz]. Mas também estive nas Antas, quando o FC Porto perdeu connosco para a liga pela primeira vez desde 1975 [2-1, por Beto, Barbosa e Barroso]. E assisti à estreia oficial do Simão. Aliás, marquei nesse dia ao Salgueiros [3-0 na Maia]. Nessa equipa, estavam dois Bolas de Ouro", ri-se Hadji, numa alusão a si mesmo, que seria eleito o melhor jogador africano em 1998, e ao nigeriano Amunike, rei em 1994.

Foi até nesse ano que Hadji se mostrou ao mundo. Com 22 anos, foi ao Mundial dos EUA. "Um ano antes entre Marrocos, onde nasci, e França, onde cresci. Escolhi Marrocos." Foi dele o passe para o golo do empate de Hassan, então no Farense, com a Holanda. Quatro anos mais tarde, em 1998, no Mundial de França explodiu definitivamente, com uma jogada individual de 60 metros que resultou em golo com a Noruega. "Foi um momento especial. Devo ter voado por cima de toda a gente", explica, ainda espantado. Nessa altura, Hadji já estava no Deportivo "com a selecção brasileira", como salienta a propósito de Mauro Silva, Donato, Rivaldo e Bebeto.

Daí experimentou Inglaterra (Coventry e Aston Villa), "um planeta à parte, com as famílias a encherem os estádios e a gastarem o dinheiro das prendas de Natal para verem as equipas no Boxing Day [jornada a 26 de Dezembro]", EAU (Al Emirates) e Alemanha (Saarbrücken). Agora Luxemburgo. Amanhã Benfica. "Mas eu ia lá perder esse jogo, com Ramires, o português. E o paraguaio, por onde anda?", pergunta. No Cerro Porteño, respondemos-lhe. "Ah, o conforto do lar. Fez bem", analisa Hadji.

Então, adiós e hasta siempre. Sem aquela pancada amigável nas costas. Senão o homem nunca mais se endireita.

 

In ionline.pt


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