 Lisboa - A procuradora-geral adjunta responsável pelo caso «Apito Dourado», Maria José Morgado, convocou para prestar declarações no âmbito do processo o ex-presidente do Sporting, Dias da Cunha, noticia o «Correio da Manhã» (CM).
Segundo o diário, na origem desta convocação está, além das críticas ao futebol português assumidas por Dias da Cunha enquanto dirigente do Sporting, a apresentação ao ex-presidente leonino de uma série de relatórios acerca da corrupção desportiva no futebol, , elaborados pelo ex-jornalista Marinho Neves, que assumiu ter trabalhado para o clube de Alvalade durante o mandato de Dias da Cunha.
No passado dia 20 de Janeiro, no âmbito do relançamento do seu livro «Golpe de Estádio», um romance de ficção sobre corrupção desportiva, Marinho Neves afirmou ter realizado «relatórios periódicos» onde dava conta ao Sporting «do que tinha averiguado».
Entre outros pontos, os relatórios abordavam «os perigos» que os sportinguistas «corriam» e delineavam «os caminhos a percorrer para se libertarem das pessoas que detinham o poder», afirmou o ex-jornalista.
Marinho Neves referiu ainda que esses documentos relatavam informações recolhidas acerca dos árbitros previstos para os chamados jogos grandes, das reuniões que antecediam esses jogos e também avisos para os jogadores do Sporting pré-seleccionados para expulsões.
Segundo o ex-jornalista, muitos dos relatórios nunca chegaram às mãos do então treinador, José Peseiro, chegando mesmo a ser «lidos no norte», uma situação «grave», já que «eram pessoas do Sporting que os faziam saltar» para fora do clube, considerou.
Durante o seu mandato, Dias da Cunha, por seu lado, sempre criticou o «sistema», tendo mesmo declarado existirem «muitos sacos azuis, muita contabilidade criativa e muito dinheiro sujo no futebol» e apoiado Maria José Morgado quando esta afirmou que o futebol era «um mundo de branqueamento de dinheiros sujos».
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