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Travaços: da Caparica para Belfast com brilhantismo e muita brilhantina PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 13 Agosto 2009 17:47

090813_travassosEstava de férias quando foi convocado para a selecção da Europa, ao lado de Buffon, Boskov, Puskas e Kopa. E ficou conhecido como o Zé da Europa.

 

Nasceu em 1922 na Quinta do Lumiar, onde estava erguida a bancada nova do antigo Estádio José Alvalade, como José Travaços. E morreu em 2002 como Zé da Europa, por ter sido o primeiro português a jogar na selecção da Europa. E é disso que se trata o 13 de Agosto de 1955. O dia em que Portugal entrou para a história do futebol internacional, antes dos Magriços liderados por Eusébio no Mundial-66.



Disso mesmo deu conta um determinado jornalista inglês, que escreveu: "Portugal não figura entre os seis primeiros países da Europa do futebol, mas possui um interior-direito, Travaços, que vale quatro mil contos. Travaços, com um penteado impecável, é tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina."

E continuou. "É injusto que não seja mencionado quando se fala dos grandes futebolistas mundiais, quando alguns dos que o são, em Portugal e no mundo, talvez o não mereçam tanto como ele."

Costa de Caparica Estávamos em pleno Verão de 1955. De férias na Costa de Caparica, Travaços recebe um telegrama surpreendente e até aí inédito no futebol nacional a convocá-lo para a selecção da Europa que, em Belfast, iria defrontar a Grã-Bretanha na festa do 75.o aniversário da Federação Irlandesa de Futebol.

Com um pouco de jogging na praia e muita ansiedade pelo meio, Travaços preparou-se afincadamente para o tal jogo. Afinal, a época 1954-55 acabara há quase dois meses - a 12 de Junho, com a conquista da Taça de Portugal (2-1 ao Benfica) - mas sem o fulgor de outros tempos, a avaliar pelo reduzido número de golos (seis) em 30 jogos.

Aos 33 anos, Travaços já não era o mesmo de antigamente mas o número 10 do Sporting era dele, e só dele. E assim se manteve na Irlanda do Norte.

Belfast Em muitas culturas, treze é número de azar mas foi o da sorte para Travaços. Ao lado de monstros já consagrados como Buffon, Puskas, Kopa e Boskov, o Zé da Europa destacou-se pela sua brilhantina e qualidade de jogo.

Para a história, aqui fica o onze continental: Buffon (Itália); Gustavsson (Suécia) e Van Brandt (Bélgica); Ocwrik (Áustria), Jonquet (França) e Boskov (Jugoslávia); Sörensen (Dinamarca), Travaços (Portugal), Puskas (Hungria), Kopa (França) e Vincent (França).

Aeroporto da Portela A jogar em casa, a Grã-Bretanha marcou primeiro, mas a selecção continental reagiu com brilhantismo (não confundir com brilhantina). O húngaro Puskas marcou três golos, o último deles de penálti, e Travaços fez uma assistência para golo.

Quando aterrou em Lisboa, com uma multidão à sua espera no Aeroporto da Portela, Travaços era um homem novo, com uma alcunha nova. Passou a ser o Zé da Europa e assim o foi até acabar a carreira, em 1959, com 122 golos em 312 jogos no Sporting, acumulando oito campeonatos nacionais, três Taças de Portugal e um Regional de Lisboa, mais 35 internacionalizações pela selecção.

O número 10 desse jogo em Belfast ainda hoje é uma das atracções do museu do Sporting.

 

In ionline.pt


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