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Izmailov saiu do hospital para caçar o dragão PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quarta, 03 Março 2010 23:58

090715_izmailovQuem viu Izmailov correr até cansar no clássico em que o Sporting atirou o FC Porto ao tapete, terá dificuldade em acreditar que a utilização do russo esteve em risco quase até à última hora devido a problemas gástricos causados por um vírus. Mas é verdade. A cerca de 24 horas do início do embate, o jogador estava a receber alta no British Hospital, onde foi "socorrido" pelo médico leonino Gomes Pereira. O "pequeno milagre", conseguido em registo de contra-relógio e só possível pelo enorme espírito de sacrifício do atleta e pela eficácia da terapia, impressionou o próprio treinador, que antes de a bola começar a rolar em Alvalade flexibilizara a exigência a uma das unidades de maior carburação.

"Entras de início e jogas o tempo que puderes", transmitiu Carlos Carvalhal a Izma. E fiel a um estilo de empenho técnico e táctico que levou os adeptos a pedirem-lhe que renunciasse ao chamamento do Lokomotiv, ele deu o litro como se estivesse na plenitude da capacidade física e durou os 90' - cedeu o lugar (a João Pereira) nos descontos para ser novamente banhado pelos aplausos. Mesmo adoentado, foi o melhor em campo, na avaliação de O JOGO, e ainda aquele que percorreu mais quilómetros: uma dezena, arredondando.

A meio da tarde de sábado, véspera do clássico, o plano de jogo gizado por Carvalhal ameaçava ruir parcialmente. Izmailov, uma das peças-chave do 4x2x3x1 trabalhado para surpreender os tetracampeões, sentia arrepios e estava com vómitos e diarreias, apresentando um conjunto de sintomas que indiciavam ter sido acometido de uma gastrenterite de origem viral. Involuntariamente, criava dificuldades ao treinador. Mas queria jogar, como sempre. E foi protagonista de um episódio de superação, ou melhor, mais um, em que pôs o nós à frente do eu. "Sacrifica-se como poucos", resumia há dias a velha glória Carlos Xavier, um dos muitos fãs conquistados no universo leonino. É por esta e por outras que é visto como um "jogador à Sporting", que encarna na perfeição os elementos "Esforço, Dedicação e Devoção" do lema do clube. E ainda há a "Glória", sim. Embora o título nacional escape aos leões há oito anos, pode-se dizer que Izma já conhece o quarto pilar da divisa, pois foi importante e esteve presente nos últimos três troféus conquistados: duas Supertaças e uma Taça de Portugal.

Soro para não desidratar e teste a horas do clássico

A obstinação e a vontade de contribuir com o seu quinhão no ressurgimento da equipa fizeram com que o russo, na contagem regressiva para o clássico, se concentrasse num só objectivo: recuperar. Pensando na causa e na missão, pegou no telefone e, em busca de auxílio, ligou a Gomes Pereira, o médico em quem confia: "Doutor, tenho um problema!" Depois de dar o alerta, dirigiu-se prontamente para o British Hospital, onde foi medicado e tratado com soro até ao fim do dia, sempre sob a supervisão do director clínico dos leões. A intervenção médica visava controlar a febre e evitar a desidratação, objectivos que foram alcançados ainda antes das oito da noite, hora a que o russo teve ordem para se juntar aos colegas na Academia, para onde seguiu à boleia de Gomes Pereira.

Meio recomposto do distúrbio que punha em causa a entrada no onze titular projectado para o confronto com o FC Porto, Izmailov manteve-se sob vigilância, mas, aliviando as preocupações do treinador, teve uma noite santa - dormiu nove horas seguidas. Já se gritava vitória antes de os dragões serem derretidos em Alvalade, mas, por via das dúvidas, o camisola sete teve de se sujeitar a um teste na manhã de domingo. E o resultado foi inequívoco: a condição física tinha diminuído, mas a desidratação estava controlada - o russo tinha luz verde para alinhar no clássico. E fez mossa, cotando-se como o leão mais valioso à flor da relva. Por tudo o que passou, não admira que tenha festejado de forma vibrante o 2-0, golo em que pôs as suas impressões digitais.

Profissionalismo reforça intenções de Bettencourt

A mais recente demonstração de carácter e de profissionalismo de Izmailov concorre para o reforço das intenções do presidente do Sporting, José Eduardo Bettencourt, que está "muito empenhado" na continuidade do jogador e pretende recompensá-lo por meio da melhoria salarial. Duplicar-lhe os actuais 400 mil euros líquidos anuais é um dos cenários em cima da mesa, um valor que, ainda assim, fica muito aquém dos dois milhões de euros que o Lokomotiv de Moscovo ofereceu ao médio-ofensivo para o ter de volta.

O camisola sete declinou o convite que lhe chegou da capital da Rússia, alegando razões desportivas, mas também familiares e sociais para justificar a nega, conforme O JOGO noticiou em tempo oportuno. E tudo leva a crer que seja premiado pela lealdade e pela dedicação com que vive o Sporting. Predicados que o enquadram, aliás, na cartilha de Costinha, o Ministro recém-contratado para assumir a pasta da direcção do futebol profissional.

 

"Confio que é possível ganhar a Liga Europa"

A Liga Europa é o único dos objectivos que o Sporting ainda tem para atacar na recta final da temporada. E Izmailov acredita que é possível conquistar aquela competição. "Claro que sim. Não estamos na luta pelo título, também já fomos eliminados da Taça de Portugal e da Taça da Liga... Esta época está longe de ser um sucesso, mas ainda temos a Liga Europa", lembra o russo em entrevista ao "Soviet Sport", assinalando, porém, que o Atlético de Madrid, adversário que calhou em sorte aos leões nos oitavos-de-final, merece ser tão respeitado como Juventus, Valência, Werder Bremen ou Liverpool, porque vê os colchoneros com candidatos ao triunfo final. "O Atlético está em 11º lugar na liga espanhola? Sim, mas os jogos a eliminar são diferentes. Tem excelentes jogadores. E ainda recentemente bateu o Barcelona e o Valência no campeonato. Por isso são favoritos à Liga Europa", sublinha.

O triunfo sobre o FC Porto está fresco. Quando lhe é perguntado se se sente um caça-dragões, Izmailov diz que até simpatiza com os tetracampeões e, modesto, entende que os golos que tem marcado aos azuis e brancos se resumem a uma questão de oportunidade. E que ele aproveitou com perícia, claro. Mas isto ele não disse.

Rebobinando as imagens do último clássico, o camisola sete, além de dizer que se sente "confortável em qualquer dos flancos", explica que a forma como trabalhou a bola no lance do 2-0 não foi fortuita, mas sim uma obra pensada, ele que matou de pé esquerdo, embora concorde que o pé direito é dominante. "Se fui feliz na recepção? Não, saiu tudo como esperava. Quando ataquei a bola, percebi, com a visão periférica, que tinha um opositor [Raul Meireles] pela frente. Na hora de decidir, toquei a bola para dentro e apanhei-o em contrapé. Depois disparei com o esquerdo. O que posso dizer? Saiu tudo bem", assume.

 

Super

Se há lugares-comuns que se sedimentam no tempo, este é um deles: Izmailov entrou com o pé direito na história centenária do Sporting. A 11 de Agosto de 2007 decidiu a final da Supertaça, em Leiria, ao atirar um petardo para o interior da baliza de Helton - com o pé direito em que estava lesionado. Depois disso, o russo feriu os dragões mais três vezes: de cabeça, outra vez de pé direito e, no último domingo, com o pé esquerdo.

Qual entorse?

Aos 31' da meia-final da Taça de Portugal disputada com o Benfica, em Alvalade (16/04/08) os leões estavam vergados a desvantagem de dois golos. Debaixo de nuvens negras, Paulo Bento, então técnico do Sporting, fez entrar Izmailov. O russo no banco?!? Sim, tinha o tornozelo direito inchado e recuperava de uma entorse. A equipa disparou para noite épica, virando o 0-2 para 5-3. E ainda hoje Bento está para saber como o sete aguentou...

 

In ojogo.pt

"Confio que é possível ganhar a Liga Europa"

 

A Liga Europa é o único dos objectivos que o Sporting ainda tem para atacar na recta final da temporada. E Izmailov acredita que é possível conquistar aquela competição. "Claro que sim. Não estamos na luta pelo título, também já fomos eliminados da Taça de Portugal e da Taça da Liga... Esta época está longe de ser um sucesso, mas ainda temos a Liga Europa", lembra o russo em entrevista ao "Soviet Sport", assinalando, porém, que o Atlético de Madrid, adversário que calhou em sorte aos leões nos oitavos-de-final, merece ser tão respeitado como Juventus, Valência, Werder Bremen ou Liverpool, porque vê os colchoneros com candidatos ao triunfo final. "O Atlético está em 11º lugar na liga espanhola? Sim, mas os jogos a eliminar são diferentes. Tem excelentes jogadores. E ainda recentemente bateu o Barcelona e o Valência no campeonato. Por isso são favoritos à Liga Europa", sublinha.

O triunfo sobre o FC Porto está fresco. Quando lhe é perguntado se se sente um caça-dragões, Izmailov diz que até simpatiza com os tetracampeões e, modesto, entende que os golos que tem marcado aos azuis e brancos se resumem a uma questão de oportunidade. E que ele aproveitou com perícia, claro. Mas isto ele não disse.

Rebobinando as imagens do último clássico, o camisola sete, além de dizer que se sente "confortável em qualquer dos flancos", explica que a forma como trabalhou a bola no lance do 2-0 não foi fortuita, mas sim uma obra pensada, ele que matou de pé esquerdo, embora concorde que o pé direito é dominante. "Se fui feliz na recepção? Não, saiu tudo como esperava. Quando ataquei a bola, percebi, com a visão periférica, que tinha um opositor [Raul Meireles] pela frente. Na hora de decidir, toquei a bola para dentro e apanhei-o em contrapé. Depois disparei com o esquerdo. O que posso dizer? Saiu tudo bem", assume.


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