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Domingo, 28 Abril 2024
Benfica vs. Sporting. O dérbi das sete vidas. E de sete histórias PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Terça, 13 Abril 2010 14:28

100413_benfica_sportingSeja qual for a (dis)posição, a rivalidade é intensa. O i lembra-lhe os melhores momentos

 

Sim, Manuel Fernandes marcou quatro golos numa tarde de fim de Outono e os 7-1 ganharam lugar no dicionário do futebol português. É verdade, João Pinto fez um hat trick e ofereceu o título ao Benfica em 1994, pondo o 6-3 escrito a bold no mesmo dicionário. E houve o Sabry. Mas tudo isso aconteceu em Alvalade. Nos jogos do Estádio da Luz - fosse o novo, o velho e até outros da pré-história futebolística - o i seleccionou-lhe sete dérbis e sete histórias. Mais ou menos conhecidos.



1948, 25 DE ABRIL Em 1947-48, Peyroteo não conseguiu, pela primeira e única vez em 12 épocas, superar a média de um golo por jogo ao longo de uma prova oficial. Adoentado, o avançado esteve três meses sem jogar e só reapareceu em pleno na equipa titular na segunda volta. Foi o suficiente para uma semi-revolução e para o Sporting revalidar o título nacional, à custa do rival. No dia 25 de Abril de 1948, quando ainda não era feriado, o líder Benfica recebeu o Sporting, nas Amoreiras, com dois pontos de avanço e vantagem no confronto directo (3-1 no Lumiar), a primeira regra de desempate. Cândido de Oliveira, técnico dos leões mas benfiquista confesso, foi acusado por um dirigente do Sporting de estar a delinear uma táctica suicida para entregar o título ao adversário, mas havia o factor Peyroteo, que resolveu fazer (mais uma) exibição memorável. Com quatro golos em 34 minutos, o Sporting goleou 4-1 e foi campeão.

1965, 17 DE OUTUBRO Domingo gordo em Lisboa. À tarde, Benfica-Sporting, à noite, Belenenses-FC Porto. De folga até à hora do jogo, Hernâni e Flávio Costa, capitão e treinador do FC Porto, respectivamente, visitaram a Luz e deram por bem empregue o seu tempo. Tratou-se de um dos clássicos mais emblemáticos de sempre, com um triunfo inequívoco do Sporting ante um Benfica apático, a começar na defesa, onde Melo, que substituiu o lesionado Costa Pereira, estava na baliza. Foi o seu primeiro e último clássico. "O miúdo não teve culpa nos golos do Sporting", defendeu o habitual titular, presente nas bancadas. Na verdade, a culpa foi de um único homem: Lourenço. O avançado marcou os quatro golos em 61 minutos e nunca deu razão aos adeptos benfiquistas, que, de honra ferida, justificaram a tarde gloriosa do rival com o facto de Melo ser pequeno.

1978, 12 DE FEVEREIRO De braços abertos, como um bailarino, Vítor Baptista dominou a bola no peito, sem que Inácio pudesse fazer o que quer que fosse, para depois disparar uma bomba indefensável ao ângulo superior esquerdo de Botelho. Um golo total! O Benfica marcava o único golo de mais um dérbi com o Sporting, mas a festa não foi total! "Os colegas correram para me abraçar e quando o Cavungi o fez, o brinco soltou-se e caiu na relva!", contou, na altura, Vítor Baptista, que ainda passou três minutos e meio de pernas flectidas e com cara de mau, a resmungar consigo mesmo. Ao seu lado, os companheiros ajudavam-no, sem êxito. "Sempre gostei mais de ter perdido o brinco e ganho o jogo! Ficava muito mais aborrecido se o Benfica não tivesse ganho... Veja lá, o brinco custou-me 12 contos e o prémio de jogo é de oito. Perdi dinheiro a trabalhar!"

1978, 19 DE NOVEMBRO O dérbi dos 5-0 ao intervalo deu nas vistas por motivos díspares. Afinal, cantou-se o hino nacional antes do encontro e a RTP2 deu um resumo de 25 minutos, o que não era nada habitual nesse tempo. Na verdade, esse período bastava para explicar o jogo, já que os encarnados marcaram os cinco golos entre o minuto 15 e o 40 da primeira parte, com bis de Reinaldo (15' e 28') e Alves (30' e 40', este de grande penalidade), sobrando para Nené (18') o outro remate certeiro, perante um Estádio da Luz lotado, com a presença de 71 mil espectadores, incluindo o Presidente da República, Ramalho Eanes, conceituado portista, o que rendeu 10 mil contos ao Benfica. Até deu para John Mortimore substituir os guarda-redes aos 82 minutos, com a saída de Bento e a entrada de José Henrique, o popular Zé Gato. No outro lado, a fina ironia de Botelho, guarda-redes leão. "Era impossível defender aquelas bolas. Só se fosse a do Alves, na marcação da grande penalidade."

1983, 29 DE MAIO O Benfica já entrara em festa há uma semana, com a vitória em Portimão (1-0, de Carlos Manuel aos 85') que garantira o título de campeão nacional 1982-83. Na 29.ª e penúltima ronda da primeira divisão (29 de Maio de 1983), Chalana deu início à festa encarnada logo aos nove minutos, com um belo golo, em que passou por Kikas e Meszaros. Aos 35', penálti contra o Sporting, por falta de Meszaros sobre o irrequieto Chalana, sempre ele! No Benfica, não havia uma política rígida para os marcadores de penáltis: já fora Nené, Humberto Coelho e Diamantino. Desta vez, Bento chegou-se à frente. O herói Chalana lembra-se desse momento. "O Bento quis marcar o penálti e pediu autorização ao capitão, Humberto Coelho. Mas Meszaros defendeu o penálti. Julga que o Bento ficou desmoralizado? Nada disso. A três minutos do fim, defendeu um penálti de Jordão e garantiu a vitória [1-0]. O Bento era o maior!"

1986, 13 DE ABRIL Lembra-se da vitória portista em Viena com golo de Madjer de calcanhar e mais um de Juary numa entrada de rompante a deixar atónitos os jogadores e adeptos do Bayern? Mas o que é que isso, que se passou a 27 de Maio de 1987, tem a ver com o dérbi mais importante do país, que não inclui nenhum clube de azul-e-branco? É que o arranque da vitoriosa campanha europeia do dragão, culminada com a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Maio de 1987, foi neste jogo entre águias e leões. É domingo e joga-se a penúltima jornada do Nacional da 1.a divisão. O Benfica, líder com dois pontos de avanço sobre o FC Porto, tropeça (1-2) em casa com o rival Sporting e é ultrapassado pelos portistas (vantagem no confronto directo), vitoriosos em Setúbal, com um magnífico golo de Futre, após contra-ataque lançado pelo guarda-redes polaco Mlynarczyk. Na derradeira jornada, o FC Porto confirma o título frente ao lanterna vermelha Covilhã (4-2, com 2-2 aos 64 minutos). Antes do dérbi, é o próprio Carlos Manuel quem reconhece um certo desprezo pelo Sporting, "talvez a avaliar pelo último jogo que terminou 5-0 na Luz, para os quartos-de-final da Taça", a 12 de Março de 1986. "Fomos um pouco culpados, porque julgávamos que já tínhamos ganho. Obviamente que o Sporting era um adversário de respeito, mas pensávamos que estava tudo resolvido e entrámos de peito aberto. Foi um dia para esquecer." O jogo começou mal para o Benfica, que sofreu dois golos em 11 minutos, por Morato (11') e Manuel Fernandes (22'), e não se recompôs, nem com o cabeceamento de Manniche (1-2, 60').

2005, 14 DE MAIO Há muito que no país não se via uma ansiedade assim por um dérbi. Em 2004-05, na penúltima jornada da Liga, o Sporting foi à Luz para defender a liderança e falhou o objectivo, quatro meses depois de ter sido eliminado pelo Benfica na Taça de Portugal, num 3-3 após prolongamento e penáltis. Nesse 14 de Maio de 2005 (exactamente 11 anos depois dos 6-3 em Alvalade), ao Sporting bastava um empate e ao Benfica só a vitória interessava. E ela apareceu aos 84', por Luisão, beneficiando de uma saída em falso de Ricardo, que ainda hoje é o único ser humano a reclamar mão do central brasileiro. Eventualmente, a única queixa possível do lado leonino é a de que não houve falta que justificasse o livre de que resultou o go1o, mas Paulo Paraty apitou-a.

Sete histórias de dérbis só na Liga. Hoje pode escrever-se mais uma.

 

In ionline



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