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Adeus a Iordanov devolveu a saudade ao coração do leão PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Quinta, 06 Maio 2010 10:35

100505_homenagem_iordanovNove anos depois de ter pendurado as botas, Iordanov teve ontem, em Alvalade, a homenagem que tanto desejava. Num clube pouco dado a este género de tributo - muitos símbolos o deixaram sem o receber, entre os quais Pedro Barbosa, Rui Jorge, Beto, Carlos Xavier ou Oceano, todos presentes nesta noite -, a amizade falou mais alto e, mesmo com alguma da carga emocional perdida no tempo, os afectos encarregaram-se de tornar o momento... inesquecível.

Tudo começou com a exibição de algumas imagens nos ecrãs gigantes do estádio, relativas aos melhores momentos que Iorda viveu de verde e branco, e continuou no relvado, com o ritmo lento, próprio de uma partida entre amigos, mas com o carinho e o talento de quem nunca esquece o amor pelo jogo.



Os golos, sempre necessários nestas celebrações, chegaram cedo e de uma forma igualmente simbólica: Mozer, antigo central do rival Benfica, ofereceu, com um corte deficiente, o primeiro a Sá Pinto, outro herói de Alvalade. O segundo veio sete minutos depois com outra saudosa assinatura: Beto Acosta arrancou das bancadas um cântico antigo, com selo de campeão: "És o nosso matador."

Não que fosse importante, mas a equipa do Sporting, composta maioritariamente por jogadores que ajudaram à quebra do jejum, conquistando o título na época de 1999/2000 - em cuja festa, recorde-se, Iordanov subiu à estátua do Marquês de Pombal para ornamentar o pescoço do leão com um cachecol do Sporting -, superiorizou-se na primeira parte, fruto da melhor forma dos seus elementos (notável, o guardião Melo), mas o espírito do encontro rapidamente permitiu a resposta dos amigos de Iorda: Pauleta não podia deixar de fazer o gosto ao pé.

O segundo tempo trouxe as naturais substituições - mesmo a passo, há quem já não tenha saúde para estas andanças - e, claro, mais golos. Pauleta mostrava ganas e boa condição física, Stoichkov espalhava talento, Dominguez trouxe fantasia, e Domingos... a esperança num desfecho de campeonato que não favoreça o rival da Segunda Circular.

Enfim, a festa deu para homenagem dupla - a ovação dedicada a Acosta no momento da sua substituição ficará na memória do avançado argentino e de quem assistiu à partida.

O final, como não podia deixar de ser, foi de sonho, com Iordanov a apontar o golo da vitória - mesmo que "ligeiramente" facilitado pelos seus amigos. Um momento dedicado ao coração para um homem que sempre o teve enorme.

Sporting 7 - Amigos de Iordanov 6

Estádio José Alvalade

Árbitro Pedro Henriques

Sporting

Melo; Nélson, Beto, André Cruz e Rui Jorge; Naybet, Vidigal, Oceano e Pedro Barbosa; Sá Pinto e Acosta.

Jogaram ainda: Nélson, Marco Aurélio, Filipe Ramos, Iordanov, Luisinho, Freire, Dominguez, Venâncio e Virgílio.

Treinador Fernando mendes


Amigos de Iordanov

Vítor Baía; Pedro Gomes, Mozer, Fernando Couto e Leal; Paulinho Santos, Poejo e Capucho; Iordanov, Pauleta e Stoichkov.

Jogaram ainda: Zé Carlos, Peixe, Carlos Xavier, Dani, Domingos Paciência, Hélder, José Eduardo e Veloso.

Treinador Mário lino

n ao intervalo 4-2

Golos [1-0] Sá Pinto, [2-0] Acosta, [3-0] André Cruz, [3-1] André Cruz (p.b.), [4-1] Beto, [4-2] Pauleta, [4-3] Pauleta, [5-3] Sá Pinto (g.p.), [6-3] Dominguez (g-p), [6-4] Domingos Paciência, [6-5] Domingos Paciência, [6-6] Pauleta, [7-6] Iordanov.

Iordanov: «gora saio pela porta grande»

O dia ontem em Alvalade foi de Iordanov e o búlgaro, como já tinha avisado e previsto na véspera, até ficou sem palavras. Logo antes do jogo, quando subiu ao relvado e ouviu os primeiros aplausos das bancadas, as emoções começaram a apoderar-se de Iordanov. Eram 20h12 quando se dirigiu pela primeira vez aos adeptos no Estádio José Alvalade. Com os olhos a ficar vermelhos e molhados, foi com respostas quase monossilábicas que o Mochilas começou por dizer que estava "muito feliz" por ver os seus amigos. O jogo começou e Iorda manteve o seu estilo dos tempos de jogador, actuando com as meias em baixo. Sem condição física para aguentar todo o jogo fez uns minutos na primeira parte pelos "Amigos de Iordanov", recebeu prendas das três claques ao intervalo, e aos 77 minutos voltou a entrar para vestir pela última vez a camisola do Sporting, substituindo Oceano. Aos 88' falhou uma grande penalidade e depois de algum esforço e várias tentativas conseguiu marcar golo. Foi o auge da festa, que acabou ali com os jogadores a abraçarem em rodinha o búlgaro. "Estou muito satisfeito. Mesmo quando perdia saía pela porta grande. Hoje [ontem] saio também pela porta grande. Estou muito feliz por ver as pessoas aqui. Obrigado. Sempre me deram apoio quando eu precisava", disse ainda no relvado. Minutos depois, mais calmo, falou da festa e de dois momentos marcantes, a sua chegada e a festa do título em 2000: "A festa aconteceu agora, não faz mal. A sensação de marcar foi muito boa. Devia ter marcado antes mas não estava fácil. Memórias? Recordo que meti o cachecol do Sporting no Marquês de Pombal. Estará sempre na minha memória. E lembro-me que, se não estou em erro, cheguei no dia 14 de Junho de 1991. Lembro-me perfeitamente que Sousa Cintra até parou o meeting para me apresentar." A fechar, um pedido aos adeptos: "Continuem a apoiar o Sporting."

Só o Sporting lhe deu títulos

O palmarés de Iordanov foi construído com a camisola verde e branca vestida. Os quatro únicos títulos que conquistou foram ao serviço dos leões (campeão nacional em 1999/2000, Taça de Portugal em 1994/95 e duas Supertaças, em 1995 e 2000). Ganhou ainda o prémio de jogador do ano na Bulgária em 1998. Representou ainda o Rilski Sportist e o Lokomotiv GO.

Trio de centrais atento

Alvalade voltou a observar três antigos defesas-centrais que deixaram saudades. Naybet gostou de jogar no novo estádio e espera melhorias nos leões. "O Sporting tem grandes jogadores, mas é preciso tempo para conseguir alcançar títulos", salientou.

André Cruz desejou mais iniciativas como a de ontem e Marco Aurélio aproveitou para falar sobre o eixo da defesa da selecção canarinha. "David Luiz não tem hipóteses de ir ao Mundial. Só em 2014", disse Marco Aurélio sobre o central encarnado.

Alguns craques... ausentes

Algumas ausências já estavam confirmadas, outras ficaram a saber-se em cima do jogo. Para além de Schmeichel e Balakov, que já se sabia que não iriam estar presentes, faltaram ainda à chamada Luís Figo (o Inter jogou ontem a final da Taça de Itália), Rui Costa, Emil Kostadinov e Sirakov, estes dois seus compatriotas.

Pauleta guarda mágoa

Autor de três golos, Pauleta mostrou que mantém a veia goleadora e lamentou a falta de oportunidades no futebol nacional. "É uma pena nunca ter jogado num grande em Portugal. Nunca escondi essa mágoa", reiterou. O título está em aberto até à última jornada, o que é "bom" para Pauleta. "Mostra que as equipas estão mais competitivas."

Domingos "Espero ser campeão nacional"

"Nós só queremos Domingos Paciência campeão, campeão..." - Os cânticos provenientes das bancadas de Alvalade, acicatadas pela rivalidade histórica com o Benfica, tinham como destinatário o técnico do Braga, que, em partida de homenagem a um "amigo e ex-colega de profissão", levou a mensagem e estímulo dos leões para a última jornada da prova na esperança, como assegurou, que o desejo manifestado se "concretize".

"É bom ouvir isso. Espero que na próxima jornada [a última da Liga Sagres, em que o Braga defronta o Nacional, fora, e o Benfica recebe o Rio Ave] seja assim. Foi bom, ouvi bem [cânticos]. Claro que espero que se concretize", asseverou, de fugida, em dia de festa, que marcou o reencontro com antigos adversários e amigos de outras lides em campos nacionais. "Foi uma festa bonita em homenagem a um jogador que marcou a minha geração", considerou o técnico bracarense.

Figo também homenageou

Por motivos profissionais (final da Taça de Itália), Luís Figo não esteve presente em Alvalade, mas o antigo internacional português deixou uma mensagem para Iordanov. "Tinhas uma paixão invulgar pelo jogo, um grande espírito de equipa e vontade de vencer. Tive o privilégio de jogar a teu lado e foste sempre um grande exemplo", reconheceu Luís Figo.

Acosta foi... matador

Beto Acosta mostrou que quem sabe nunca esquece e mereceu fortes aplausos - nem faltaram os cânticos dedicados ao Matador - dos adeptos, gestos que emocionaram. "Estou muito agradecido a todos eles, mas a festa era do Iordanov. Foi bom ouvir os adeptos. Espero que, para o ano, o Sporting volte a lutar pelo título", desejou.

Bettencourt contestado

A época desastrada efectuada pelo Sporting, aliada a várias polémicas que marcaram a mesma, abalaram a popularidade do presidente José Eduardo Bettencourt, que, ontem, não se livrou de ouvir alguns assobios quando se dirigiu ao centro do relvado para homenagear Iordanov. O acto que encetou colocou um rápido fim aos protestos.

Festa acabou em jantarada

A festa de homenagem a Iordanov acabou noite dentro no restaurante Casa XXI, em pleno Estádio José Alvalade, numa jantarada com muitas dezenas de participantes que não se "cortaram" apesar de alguns deles regressarem aos seus países hoje bem cedo... José Eduardo, ex-jogador e proprietário do restaurante, também participou na festa de homenagem a Iorda.

 

In ojogo.pt

 



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