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Paços de Ferreira 1-0 Sporting PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Terça, 17 Agosto 2010 13:03
100815_pacos_sportingO Sporting entrou a perder no campeonato, algo que já não acontecia desde 1995, quando foi derrotado pelo FC Porto. A questão está precisamente aqui, porque ontem os leões não foram vergados por um rival na luta pelo título, mas sim por uma equipa que não é do seu campeonato. É um facto que o Paços de Ferreira, ainda por cima em casa, é aquele adversário que, mais do que deixar a pele em campo, joga com tremenda organização e a essa organização ainda junta eficácia, mas o Sporting tinha de ser mais dominador e mandão do que aquilo que efectivamente foi. Tinha de jogar à candidato e só o conseguiu durante a primeira parte.



E se foi uma surpresa este Paços extremamente atrevido, com os miúdos David Simão e Caetano num frenesim e o mais maduro Manuel José a orientá-los, também surpreendentes foram as opções iniciais (e finais) de Paulo Sérgio, que não estreou o reforço Zapater, preferindo dar a cabeça da área a Carriço (uma opção estranha, atendendo a que o Paços só jogou com um ponta-de-lança) e apostar em Nuno Coelho no centro da defesa. O irónico é que Carriço até esteve bem, mas Nuno Coelho acabou batido no lance do único golo. Depois, em desvantagem, o técnico leonino corrigiu, abdicando, todavia, de Carriço, quando o que se impunha era um regresso à ordem natural das coisas.

Ordem natural que, de resto, se fez sentir na primeira parte. Neste período, o Sporting foi superior e jogou como o seu treinador queria: com coragem. Mesmo que só com uma asa (Matías), com um motor em baixa rotação (Maniche) e um adversário a pressionar imenso, a equipa leonina foi agressiva, criando um número considerável de ocasiões de golo, mas na hora da verdade ou não teve eficácia ou o guardião Cássio opôs-se-lhe com classe. Nestes primeiros 45 minutos, o Paços de Ferreira jogou mais contido, procurando antes de mais não perder o posicionamento, com o 4x3x3 a ser invariavelmente um 4x5x1. Depois, quando podia, partia em contragolpe.

O que se esperava para o segundo tempo era mais do mesmo, até porque o Paços de Ferreira não tinha porque arriscar mais e porque ainda por cima Paulo Sérgio, atento, tirara de campo o inoperante Valdés (sem perfil para jogar neste 4x4x2), apostando em Vukcevic. O chileno não conseguira dar verticalidade ao futebol da equipa, pelo que o técnico verde e branco procurava um flanco esquerdo igual ao direito. A ideia era boa, mas a verdade é que, tal como no jogo europeu com o Nordsjaelland, o Sporting voltou dos balneários sem a mesma intensidade, embora desta vez seja indissociável da má segunda parte leonina o golo dos castores à passagem da hora de jogo.

A equipa de Rui Vitória reforçou a partir daí os seus princípios de jogo, defendendo com alma e com cada elemento a saber quem marcar, enquanto Paulo Sérgio tirou Carriço para pôr em campo Djaló depois de uma breve passagem por um 4x3x3 com Matías no meio, Vukcevic na direita e Postiga a cair sobre a esquerda. O miolo ficou então por conta de Maniche, que, sozinho, não foi capaz de pôr cobro às saídas rápidas dos pacenses e tão-pouco de organizar o ataque. A situação agravou-se depois da saída de Matías, quando Paulo Sérgio alargou para cinco o número de avançados, mas sem que estes tivessem qualquer suporte.

O desequilíbrio da equipa verde e branca, partida em dois blocos, tornou-a por isso menos ameaçadora do que se esperaria, em especial nos últimos minutos, no período do tudo por tudo, e também Rui Vitória agiu a partir do banco tirando o desgastado David Simão e colocando em campo o central Javier Cohene, numa espécie de tocar a reunir para segurar a vantagem, embora a disposição leonina tenha de algum modo facilitado essa tarefa . É que o Sporting ficou entregue ao improviso - e só mesmo assim criou algum perigo, quase sempre por meio de Vukcevic. O empate até podia ter aparecido, com Saleiro a ter uma perdida incrível e... Vukcevic, de livre directo, a fazer Cássio brilhar (uma vez mais), mas o resultado não mudou. Quem tem de mudar, e com urgência, é o Sporting - se realmente quiser lutar pelo título.

PAÇOS de FERREIRA-SPORTING, 1-0

21h15

ESTÁDIO Mata Real, em Paços de Ferreira
RELVADO Em mau estado
ESPECTADORES 5 mil
Árbitro Artur Soares Dias
Assistentes Rui Licínio e João Silva
4ºÁrbitro Jorge Ferreira

GOLOS [1-0] Mario Rondón 59'

-
Paços de Ferreira

Cássio, Baiano, Samuel, Bura, Jorginho, André Leão, Leonel Olímpio, David Simão (Javier Cohene, 80), Manuel José (Pedro Queirós, 90+2), Caetano (Nuno Santos, 88) e Mário Rondon.
Treinador Rui Vitória
Suplentes não utilizados: Coelho (GR); Paulo Sousa (MD); Carlitos (MO); Lucas (AV);

Total de remates 16
Remates à baliza 5
Cruzamentos 20
Cantos 8
Faltas 18
Posse de bola 40%

Sporting

Rui Patrício, João Pereira, Nuno Coelho, Anderson Polga, Evaldo, Daniel Carriço (Yannick Djaló, 69), Maniche, Matias Fernandez (Carlos Saleiro, 76), Valdés (Vukcevic, 46), Hélder Postiga e Liedson.
Treinador  Paulo Sérgio
Suplentes não utilizados: Tiago (GR); Grimi (LE); André Santos (MD); Zapater (MD)

Total de remates 18
Remates à baliza 7
Cruzamentos 27
Cantos 8
Faltas 15
Posse de bola 60%

Cartões amarelos Vukcevic 89'


Sporting Um a Um
Capitão trinco não evita naufrágio logo à partida


Rui Patrício 6

Em forma e mais afirmativo até com os companheiros da defesa - chamou a atenção a Nuno Coelho -, nada pôde fazer no golo, mas mostrou que, com ele entre os postes, a coisa dali não passaria. Estupenda a defesa quando o luso-venezuelano lhe apareceu solto na frente aos 66' e não destoou numa estirada em que desviou para canto uma tentativa de longe de Manuel José, dois minutos depois. Fez a sua parte.

João Pereira 5

Enérgico, dando amplitude ao jogo ofensivo, bombardeou a área pacense com cruzamentos. Contou com alguma cobertura de Nuno Coelho na retaguarda, mas mesmo assim ganhou duelos na defensiva. Merecia mais.

Nuno Coelho 4

Deu rosto à inovação de Paulo Sérgio ao surgir a titular, "empurrando" Carriço para o centro do terreno, mas a experiência saiu frustrada. Sentia dificuldades perante a movimentação de Rondón até que o pacense o traiu em antecipação. Evitou que o luso-venezuelano ampliasse e ganhou lances divididos, mas saiu penalizado.

Polga 5

Carece de rotina ao lado de Nuno Coelho, mas foi o mais pendular no eixo da defesa, inultrapassável nos despiques individuais. Em definitivo, finalizar não é com ele: errou três cabeceamentos na sequência de cantos e ainda um remate na área dos castores.

Evaldo 5

Tentou ser rigoroso na missão defensiva e subir pela certa. Oscilou, e com custos - o golo nasceu do seu flanco -, mas seria redutor não destacar o papel assumido em vários períodos de jogo nos quais foi o catalisador da banda esquerda, em especial na vã procura do empate.

Carriço 6

Por terrenos que lhe são pouco familiares em jogo e na capitania do colectivo, não foi por ele que a nau leonina afundou a pique. Como médio-defensivo, foi brioso, dinâmico e até acutilante ofensivamente - desferiu um golpe de cabeça por cima aos 6', encheu o pé em zona central aos 37' -, chegando a "convidar" Liedson" ao golo. Era dos mais equilibrados leões até ser substituído, para repúdio dos adeptos verde e brancos.

Maniche 4

Também não saiu de cara limpa da Mata Real. Era legítimo esperar mais do experimentado médio. Pareceu sempre precipitado, sem conferir segurança no passe nem fluidez às transições.

Valdés 3

Pálida primeira partida na Liga. Depois de uma boa pré-época, o chileno foi incipiente na esquerda do ataque. Lógica a sua saída após a etapa inicial.

Matías Fernández 5

Iniciou bem a partida, mas tudo voltou a não passar de fumaça. Com um toque, isolou Liedson aos 8', sofreu os rigores de uma marcação severa, foi excelente aos 22' a solicitar Postiga, mas só injectou veneno no ataque quando derivou para o espaço central. Para lá passou na segunda parte, saindo pouco depois.

Liedson 4

Uma emenda que ficou por fazer após bola ao ferro enviada por Postiga, seguida de um pontapé cruzado para defesa de Cássio, foi o melhor que se viu do baiano. Pouco para quem tem a sua craveira.

Postiga 5

O melhor da frente, procurou o golo em várias tentativas frustradas, uma delas à trave. Recuou para o meio-campo com a entrada de Saleiro, tentou descobrir atalhos até às redes de Cássio, mas só ficou a generosidade.

Vukcevic 5

Entrou para a segunda metade e trouxe vivacidade e músculo ao jogo lateral. Ao cair do pano, num livre, obrigou Cássio a defesa apertada e voltou a ameaçar nos descontos.

Yannick Djaló 1

Encostou-se à esquerda... sem nada acrescentar.

Saleiro 1

Falhou com escândalo o empate (78').

Paulo Sérgio
"Temos de ser mais eficazes"

Só faltou mesmo a bola entrar - assim resumiu, em traços largos, Paulo Sérgio a actuação dos leões na Mata Real, apesar de uma estreia no campeonato a perder que já não acontecia há 15 anos. "Fizemos um jogo suficientemente bom para conseguir um resultado diferente. De qualquer forma, não se podem perder tantas bolas de golo. Deveríamos ter construído o resultado na primeira parte; na segunda perdemos mais o controlo do jogo e demos muitas bolas de transição ao Paços de Ferreira, que viu a sua estratégia de jogar no erro funcionar. Por isso temos de melhorar bastante na finalização e manter-nos sóbrios daqui para a frente", analisou.

Para o treinador sportinguista, o ponto negativo da actuação dos seus comandados "resume-se à falta de eficácia e isso treina-se": "Mas elas [as bolas] vão entrar. Estaria mais preocupado se não criássemos nada, sem querer tirar mérito ao Paços de Ferreira." De resto, Paulo Sérgio fez questão de aliviar a pressão dos ombros dos seus jogadores. "Sabíamos que a estratégia do Paços de Ferreira iria ser a aposta no contra-ataque. Conseguimos fazer um jogo equilibrado, apesar de não termos rendido o que poderíamos render na Mata Real. Mas a equipa trabalhou e o único responsável por esta derrota sou eu", vincou.

Na próxima quinta-feira, o Sporting volta a Alvalade para receber o Brondby (3ª pré-eliminatória da Liga Europa), mas o treinador não receia o ambiente que possa vir a encontrar no rescaldo desta estreia negativa. "Treino jogadores e não o ambiente. Temos de fazer mais para que o apoio seja merecido. Para isso, basta que um terço das oportunidades que criamos acabem dentro da baliza. Não temo nada na vida. Não vivo do passado, temos outro jogo daqui a alguns dias e temos de ter coragem e inteligência para dar vitórias aos adeptos. O passo a dar é sermos mais eficazes", disparou, negando que tenha ficado evidente a falta de mais um reforço para a frente de ataque: "Não tem nada a ver com isso! A equipa criou futebol, trabalhou, deu a cara e, quando assim é, acontecem mais vitórias do que o inverso."

 

In www.ojogo.pt

 


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