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Sexta, 26 Abril 2024
Medalha de Mamede e a Traição Belga PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sábado, 30 Maio 1981 22:19

Foto: MamedeNos campeonatos do Mundo de corta-mato, disputados em Madrid, Fernando Mamede classificou-se em terceiro lugar. Seria a sua única medalha em grandes competições internacionais e logo num reduto para que não estava especialmente talhado. À sua frente apenas um americano (Graig Virgin, que depois do êxito anunciou que o seu desejo era mudar para as corridas de... automóveis, depois de bater o recorde mundial de Rono) e um etíope (Kedir). «Nunca me passou pela cabeça que pudesse ganhar, aquilo era uma luta doida entre etíopes e americanos e eu sozinho no meio deles...Fui o melhor europeu e ainda derrotei Yifter, o campeão olímpico de 10 mil metros. A cerca de duas voltas do fim fui empurrado e pisado, olhei para a perna, sangrava, arrepiei-me, foi grande o o susto, mas reagi... Só no final, me apercebi de que era muito profundo o golpe, antes do pódio passei pelo posto de socorros, suturaram-me com pontos de...plástico e deram-me, de imediato, uma injecção contra o tétano, porque tínhamos corrida numa pista de cavalo».

 

Mas, fulgor maior, já na primavera da glória, no tartan verde de Alvalade. E Mamede feliz com... lágrimas. Em cavalgada solitária, sem lebres, positivamente contra o relógio, Fernando Mamede sobrepujou o recorde da Europa de 10 mil metros, que pertencia ao inglês Bredan Foster, com 27.30,8 desde 1978, perfazendo a distância em 27.27,7 minutos – segunda melhor marca mundial de todos os tempos, a 5,3 segundos do queniano Henry Rono.

E, após a façanha, a pergunta, sentida, lá do fundo do coração: «ainda há quem duvide que o atletismo deve ser apoiado?».

Moniz Pereira, emocionado, vaticinou: «Numa prova cerrada, o Mamede pode bater o record do mundo do Rono».

 

Um ponto negro, um mês volvido. Apesar de recordista europeu, Mamede não foi convocado para a selecção da Europa que disputaria a Taça do Mundo, em Roma. Revolta no seio do atletismo português, sobretudo porque em seu lugar foi chamado o finlandês Marti Vainio, que, depois do título europeu de 10 000 metros quase entrou em hibernação.

Moniz Pereira, assumindo, a defesa do seu pupilo, considerou que o belga Wante instituiu a cunha nos critérios da Associação Europeia de Atletismo e brincou com o trabalho sério e honesto de outrém.

 

In abola


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