Num jogo com três “penalties”, a equipa de arbitragem, chefiada por Miranda Dias, saiu do estádio por porta traseira e escoltada, apesar de as queixas maiores surgirem na cabina dos portistas. Lima Pereira, ironicamente: «O Sporting só não ganhou o jogo porque não quis, bastava que os seus jogadores se tivessem lançado mais vezes para o chão, sobretudo o Jordão e o Manuel Fernandes que, nisso, são verdadeiros artistas.» Rodolfo, na entreajuda:

«De facto, João e Manuel Fernandes são uns grandes craques, melhores que o Pelé... especialmente dentro da área e com árbitros como aquele senhor». Adefesa dos «leões», por Manuel Fernandes: «Bons actores, nós? Só com “penalties” nos travam, não têm hipóteses de outra maneira, talvez se queira que se proíbam os penalties a favor do Sporting.» E Mário Jorge, em vez da defesa, preferiu o ataque: «Razões de queixa temos nós, houve “off-side” de Walsh no primeiro golo do F.C. Porto.»

Entretanto, assomo portista, o Benfica apenas a dois pontos, outra vez o sonho a aquecer-se. Em Setúbal, à 21.ª jornada, se esfumaria. Derrota por 1-3. Pedroto foi preciso, conciso e irónico ou talvez não: «Apenas quero dar os parabéns ao Vitória e ao árbitro Santos Ruivo, que fez uma excelente arbitragem. » Paradoxalmente, Fernando Vasconcelos, chefe do Departamento de Futebol do F.C. Porto, metralhou: «O campeão foi decidido antes de se ter iniciado o Campeonato. Não é possível tanto descaramento, tanta falta de vergonha, tanta falta de personalidade, como teve, em Setúbal, o sr. Santos Ruivo. Nós não perdemos os jogo, roubaram-nos os dois pontos...» Por isso, o empate na Póvoa, mais que ponto perdido, foi ponto ganho.

Alinharam pelo Sporting: Ferenc Meszaros (GR); Virgílio Lopes, Vânio Kostov, Francisco Andrade "Zézinho", Mário Jorge Fernandes, António Nogueira (Carlos Xavier 83 min), Fernando Festas, José Lobo "Lito", Manuel Fernandes (Capitão), António Oliveira e Rui Jordão.
TReinador: António Oliveira.
Golos: Rui JOrdão (12, 36 e 66 min).

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