Início > Arquivo Noticias > Futebol > Liga Europa » Sporting 5 - Levski 0 » Bofetada com uma mão-cheia
Sábado, 20 Abril 2024
Liga Europa » Sporting 5 - Levski 0 » Bofetada com uma mão-cheia PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sexta, 01 Outubro 2010 12:34

101001_carricoTornou-se banal dizer que o jogo mais importante é o próximo. Mas para o Sporting esta frase faz absoluto sentido, depois do que se passou ontem, em Alvalade. Porque só segunda-feira, em Aveiro, se verá se há realmente um Sporting de duas caras, a dois ritmos. Só aí se perceberá se a vitória europeia de ontem (mais uma), uma categórica goleada ao Levski de Sófia, é o clique de que o conjunto leonino precisa para crescer a nível interno. O desafio é apenas esse: dar sequência ao bom jogo de ontem, um jogo onde os leões foram claramente superiores e tiveram até momentos de classe, despachando por inapeláveis 5-0 o líder do campeonato de Bulgária. E foram cinco como poderia ter sido seis ou sete, diferença construída com solidez e eficácia, embora não se possa - nem deva - mascarar a inesperada fragilidade evidenciada pelo Levski.



O jogo até começou com assobios para os verdes e brancos, porque... logo no primeiro minuto já a equipa búlgara ameaçava marcar. Será que vinha aí mais do mesmo? Não. Com o plano de austeridade de Paulo Sérgio, posto em marcha na tentativa de debelar a crise, a atirar para o banco o outrora intocável Liedson e a decretar nova aposta no menino Diogo Salomão, o Sporting ainda demorou a impor-se, talvez desconfiado dos números com que o conjunto de Leste se apresentava - e que eram, de facto, bons, assentes em oito encontros seguidos sem perder, incluindo uma vitória na primeira jornada sobre o Gent -, mas esgotada uma dezena de minutos já se percebia que a equipa de Alvalade, coesa e a saber aproveitar os flancos, era manifestamente superior. Foi por isso com lógica que chegou à vantagem, sobre a meia hora, através de Carriço, na conclusão de um lance de um pontapé de canto preparado em laboratório.

Foi o jovem capitão quem fez mexer os números do jogo, embora o protagonismo até aí tenha cabido a outros dois futebolistas: Vukcevic e Hélder Postiga. O esquerdino de Montenegro, que já no último encontro, com o Nacional, tinha enchido o campo, assumiu-se como o mais desequilibrador em campo (sempre com o apoio de João Pereira, que facilmente anulou Joãozinho), imprimindo rapidez e, por consequência, colocando um sem-número de problemas ao sector defensivo do Levski, cuja velocidade não fica a dever muito à daqueles carros que se conduzem sem carta. E o renascido Postiga, que no fundo desempenhou as funções de... pinheiro, teve movimentações de categoria, que fizeram lembrar os seus melhores tempos - quando era figura da Selecção, como agora pode voltar a ser -, e coroou a noite com um golo de bandeira. Foi o 4-0, aos 61'.

Antes, mesmo em cima do intervalo, Maniche, também ele de regresso ao onze, subira à área para, qual Mário Jardel, saltar mais alto do que os centrais do Levski e assinar um improvável golo de cabeça. Cruzamento de quem? De Vukcevic, claro. Esse foi, aliás, um momento decisivo na partida, porque serenou o Sporting e baralhou claramente a formação de Leste. Tendência que se acentuou logo na abertura da segunda parte, quando Diogo Salomão - realmente um jovem cheio de potencial - apontou o quarto golo dos verdes e brancos. A passe de... Postiga. Estavam cumpridos 53', a partida ficava resolvida em definitivo e pouco depois apareceria o tal golaço de Postiga.

A partir daí, o Levski, sem ponta de reacção, jogava segundo o seguinte lema: todos corriam, mas ninguém sabia para onde. E, enquanto isso, o Sporting conservava a posse de bola e aproveitava os espaços para gerir a seu bel-prazer, obviamente sem deixar de insistir, continuando a atacar a baliza do desamparado Petkov. O 5-0 apareceu, assim, com naturalidade, saindo do pé direito de Matías Fernández, outro jogador que ontem terá reaparecido. Nessa altura, Paulo Sérgio já tinha esgotado as substituições e no banco permanecera Liedson. A verdade é que a resposta sem o avançado luso-brasileiro foi categórica (como fora em Lille, onde o treinador dos verdes e brancos também o deixara de fora) e é possível que a campanha interna siga sem ele. Segunda-feira, em Aveiro, se verá. Como se verá se o Sporting ainda tem algo para buscar no campeonato. Se for o mesmo de ontem, é possível que sim. 

 

Sporting, 5 - Levski, 0

Arbitragem: Sascha Kever (da Suíça)

SPORTING: Rui Patrício; João Pereira, Polga, Daniel Carriço e Evaldo; Maniche (André Santos) e Zapater; Diogo Salomão, Matías Fernandez e Vukcevic (Abel); Hélder Postiga (Saleiro).

LEVSKI SÓFIA: Petkov; Mulder, Ivanov, Miliev e Minev; Greene e Yovov; Mladenov, Tasevski e Joãzinho; Dembélé.

Golos: Carriço, Maniche, Salomão, Postiga e Matias.



O Sporting um a um
Bang bang, aí está Postiga!

Rui Patrício 6

Viu-se em apertos ao abrir da partida, com Dembélé a rematar na sua cara, mas parou com classe o remate do franco-maliano. Uma reposição tosca aos 37' foi a ponta do novelo para três intervenções de atenção no mesmo minuto: os cantos chegados à baliza, ao primeiro poste, foram sinal de perigo. Depois houve tempo para recompor a relva.

João Pereira 6

Subiu no terreno sem virar olhos para trás - o que poderia ter sido fatal se convenientemente explorado pelo rival Joãozinho - e meteu várias bolas na área: a construção do terceiro golo é exemplo. Fica o reparo para alguns passes de pouca precisão.

Polga 6

Deu uma "casa" monumental com poucos segundos de jogo, mas valeram-lhe a falta de convicção de Dembélé e o acerto de Rui Patrício. Redimiu-se aos 37', perante o mesmo oponente, com o qual travou vários duelos pelos ares, que nem sempre perdeu.

Carriço 7

Andou de olho nas dobras a João Pereira e não perdeu a baliza de vista, como no cabeceamento que abriu a goleada. Certeiro no tempo de corte, raras vezes perdeu posição, sempre sem complicar em demasia. Foi prático.

Evaldo 6

Não houve quem lhe estorvasse a vida lá atrás, por isso aproveitou o sinal verde para atacar, ainda que tenha sido pouco feliz. Os cruzamentos nem sempre lhe saíram bem. Fica a nota do costume: entrega e rigor.

Zapater 6

Lento e trapalhão, feito parede na frente dos centrais, raramente mostrou fulgor nos processos defensivos; já nos restantes... a bola nem sempre teve o melhor destino. Deu-se às intercepções do miolo contrário entre alguma displicência na luta pela posse de bola.

Maniche 7

Andou num vaivém entre na zona intermediária e de perna pronta para disparar. Fê-lo aos 22', por cima. Acertou com a arma de recurso, a cabeça, aos 43'. À correria juntou capacidade de luta e eficácia no passe.

Matías Fernández 7

Passeou-se entre passes que rasgaram a defesa contrária, perfumados numa relva de solavancos; assim se mostrou a isolar Postiga, aos 3'. Assumiu as bolas paradas e, numa delas, Carriço aproveitou para marcar. Acabou por fechar a loja leonina com o quinto golo, sem grande oposição.

Vukcevic 7

É a brigar que se sente bem - e a cruzar também. Cortou a bola de canhota para Postiga desperdiçar, aos 18', mas Maniche marcou mais tarde. Não foi certeiro na única vez que disparou, aos 28'. Ficam as arrancadas para Minev se lembrar; só faltaram os nós cegos.

Diogo Salomão 7

A timidez de miúdo foi ficando para trás e, aos 17' e 42', ameaçou empurrar a bola para as redes búlgaras. Veio a consegui-lo aos 53', à força - parecia que a bola não queria entrar! O petiz chegou sempre primeiro que os rivais - rápido e incisivo. Está a ganhar espaço entre graúdos e mostrou que tem um dom raro em Alvalade: a velocidade.

Saleiro 5

Falhou a emenda para a baliza de Petkov aos 79', mas Matías Fernández estava por perto para fazer o 5-0. Disponível, procurou espaços sem ter muita bola para finalizar.

André Santos 5

Rodar o jogo entre os colegas foi missão cumprida, tal como a pressão sobre o adversário portador da bola.

Abel 5

O cruzamento para o fecho da contagem é seu, depois de uma incursão pelo flanco. Não se conformou e ainda foi à procura do sexto, mas o remate, aos 85', foi à figura de Petkov.


Paulo Sérgio
"Esta equipa não tem duas caras"

Paulo Sérgio não teve dúvidas em considerar o duelo de ontem "um jogo de mão-cheia". "Hoje [ontem] foi um jogo de mão-cheia, mas o anterior, frente ao Nacional, também não foi mau", resumiu Paulo Sérgio, recusando a ideia de que o Sporting tenha apresentado uma qualidade muito acima daquilo do que fez em jogos anteriores. A diferença foi a eficácia. "Não concordo que tenha havido uma grande transformação na actuação da equipa. Hoje [ontem] fizemos cinco golos, que somados faz com que a exibição tenha um brilho diferente. Esta exibição foi mais conseguida pelo número de golos marcados", considerou, reforçando: "A equipa tem desenvolvido bom futebol."

E asseverou que o Sporting europeu não é diferente do que joga na Liga ZON Sagres: "Este Sporting não tem duas caras. Trabalhamos da mesma forma com um só intuito para o Campeonato, Taça e Liga Europa", frisou. Sobre o apuramento para a próxima fase, atirou: "Nunca andei de calculadora na mão! Frente ao Gent iremos entrar em campo, como sempre o fazemos, para ganhar."

Instado a revelar a razão da saída de Postiga, logo aos 65', e por que razão não optou pelas entradas de Yannick Djaló ou Liedson no jogo, Paulo Sérgio respondeu, recusando polémicas: "O Hélder [Postiga] fez o quarto golo e segunda-feira há jogo [com o Beira-Mar, em Aveiro]. As outras substituições foram feitas no mesmo contexto."

Yasen Petrov
"Levámos uma lição!"

Yasen Petrov, técnico do Levski de Sófia, mostrou-se resignado no final do jogo com os leões, a quem não poupou elogios. "O Sporting deu-nos uma grande lição, mostrou grande competência e garra para vencer. Que seja um exemplo para nós. Estávamos preparados para um adversário muito forte e unido e, sobretudo, nos primeiros 25 minutos cometemos muitos erros na nossa defesa, como no lance do canto que deu o primeiro golo", considerou. "Daqui para a frente vamos retirar ilações desta lição, para ficarmos mais fortes", disse.

A finalizar, Yasen Petrov considerou ainda que "o Sporting jogou na perfeição, num nível muito mais elevado", lamentando, por outro lado, a desilusão causada aos adeptos do clube búlgaro.

Iordanov confessou que "não esperava goleada"

O antigo ídolo das bancadas de Alvalade foi espectador especial do duelo de ontem. Ex-internacional búlgaro, Iordanov admitiu: "Sou adepto do Sporting, mas estava um pouco dividido. A minha filha é que torce só pelo Sporting. O Levski tem boa equipa, por isso não esperava os 5-0."

Barça entre os espiões

O Sporting-Levski suscitou particular curiosidade junto de diversos emblemas europeus. Em Alvalade, fizeram-se representar os seguintes clubes: Barcelona, Celta de Vigo, Salamanca, Everton, West Bromwich Albion, Gent, Lille, Le Mans, Rennes, Paris Saint-Germain, Servette e Estoril-Praia.

Maior goleada só há 9 anos

A partida de ontem assinalou a maior goleada europeia da turma leonina nos últimos nove anos. Na época 2001/02, a última em que o Sporting se sagrou campeão nacional, os verdes e brancos treinados por Laszlo Boloni despacharam os suecos do Halmstads por 6-1, em partida a contar para a Taça UEFA, ainda no velho Estádio José Alvalade. Jardel marcou três golos nessa partida. 

 

In ojogo.pt

 


Ítems Relacionados:

 

Redes Sociais

  • Facebook Page: 204936909525135
  • Twitter: scpmemoria
  • YouTube: scpcpmemoria

Escolher Campeonato

RSS Notícias

rss_videos Notícias

Siga-nos no Facebook

header_wikisporting