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Final Taça Liga Carlsberg Cup: V. Setúbal-Sporting, 0-0, 3-2 g.p. PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Domingo, 23 Março 2008 23:18
080322_taca_ligaSadinos até nos «penalties» vão dobrando os leões

O V. Setúbal conquistou este sábado a primeira edição da Taça da Liga. Os sadinos dobraram pela quarta vez os leões nesta época. E de uma forma que ainda não tinha acontecido. E uma forma que tem sido uma espécie de «cruz» que a equipa de Alvalade tem carregado este ano e que terminou em época pascal no calvário para os lisboetas. O Vitória ganhou a primeira Carlsberg Cup na marcação de pontapés da marca de grande penalidade.

As equipas conhecem-se bem, o figurino não surpreendeu. O Sporting, como Paulo Bento quer, a tentar ter a posse de bola para, assim, poder dominar o andamento do jogo. O Vitória a colocar como é hábito três avançados sem lugar específico a tentarem baralhar a defensiva contrária, com mais dois médios no apoio.



Carvalhal gosta que a sua equipa tape, primeiro, a forma de jogar deste Sporting e, na primeira parte, isso foi tão bem conseguido, com o recuo também habitual de quatro destas unidades para ajudar Sandro na segunda linha defensiva tapando todos os caminhos aos leões, que os sadinos tinham também mais bola para atacar.

Não é que tenha havido alguma superioridade de especial de uma equipa sobre outra num primeiro tempo sem ocasiões de golo, mas o cenário era o que mais agradava ao Vitória. Deixar o Sporting sem soluções (as bolas por alto são um recurso que a baixa média de altura da equipa leonina não compensa) abria o caminho para a equipa de Setúbal jogar como tanto gosta na (contra-)resposta ou, se possível, no erro.

Aos 14 minutos a água parecia encaminhar-se para o moinho sadino. Abel teve de carregar Pitbull à entrada da área para que uma perda de bola de Miguel Veloso em zona de risco não deixasse Rui Patrício com a perspectiva de ter um adversário isolado à sua frente. Sem nada para além disso, o jogo assim prosseguiu até já depois do intervalo.

Uma bola no poste como maior ocasião num jogo sem defesas

Novo erro dos leões quando ainda nada tinha sido alterado por equipas ou treinadores quase deu golo ao Vitória. Um mau pontapé de Rui Patrício deu a bola aos sadinos para o contra-golpe. Veloso travou-o com falta. Pitbull marcou o livre com os leões lentos a acertarem as marcações entre a barreira e a área e a bola só foi devolvida pela base do poste, com o guardião batido.

Aos 50 minutos aconteceu a primeira oportunidade de golo sem que os guarda-redes tivesem feito qualquer defesa apertada. E parece ter sido a possibilidade de ficar a perder perante uma equipa que aumenta tremendamente as hipóteses de fazer o segundo golo se marca primeiro (jogando como tanto gosta) que arrebitou os leões e os levou a imprimirem mais velocidade no jogo. A necessária para, então, «apertarem» o Vitória mais junto da sua área.

O Sporting passou a ter bem mais a bola a circular entre os passes dos seus jogadores e a equipa sadina foi obrigada a recuar a segunda linha defensiva para mais perto da sua área. O Vitória não se limitou a recuar, porém, mas o contra-golpe já era dado por sectores mais distantes entre si.

Mas sem desequilíbrios de maior, a melhor ocasião dos leões aos 64 minutos (quando uma incursão de Simon na área sadina terminou com um remate do montenegrino muito perto do poste, mas que nem obrigou à defesa de Eduardo) foi ficando para trás e num «reequilíbrio de forças» caminhou-se para o final.

Um final cuja forma já estava pré-designada se não houvesse golos nos 90 minutos. A marcação de pontapés da marca de grande penalidade para que houvesse finalmente golos e houvesse também um vencedor. O Sporting ficou com o expoente máximo da época em relação ao estigma dos «penalties» sendo batido por um V. Setúbal indiferente ao modo como já vai coroando com a primeira taça de 2008 numa época em que, para si, o adversário só tem deixado marcas de boas recordações.

Ficha do Jogo:

Constituição da Equipa do SPORTING: Rui Patrício (GR); Abel Ferreira (Bruno Pereirinha 64 min), António Sousa "Tonel"; Anderson Polga, Leandro Grimi; Miguel Veloso (Adrien Silva 80 min), João Moutinho (Capitão), Marat Izmailov e Leandro Romagnoli; Simon Vukcevic e Liedson Muniz.
Treinador: Paulo Bento

PENALTIES: Leandro Romagnoli MARCOU; Anderson Polga FALHOU; João Moutinho MARCOU; Liedson Muniz FALHOU;Marat Izmailov FALHOU.

Destaques

Eduardo melhor do que Patrício
Num jogo decidido nas grandes penalidades, os guarda-redes têm sempre destaque. Ao longo da partida, praticamente não foram chamados a intervir, mas no momento decisivo, da marca dos 11 metros, Eduardo, com três defesas, foi melhor do que Patrício, com apenas duas. Uma diferença curta para a qual também contribuíram os pontapés de Liedson e Polga, reincidentes esta época a falhar dos onze metros.

João Moutinho
O mais batalhador dos leões. Correu quilómetros (9.590km, segundo a estatística oficial) para tapar um buraco, ganhar uma bola ou improvisar uma linha de passe para o futebol pouco fluido do Sporting. Tentou sempre ser expedito, com passes de primeira, mas raramente conseguiu encontrar um companheiro com o mesmo empenho e abnegação. O capitão não podia fazer tudo sozinho.

Miguel Veloso
Voltou com um novo penteado, mas muito longe do que já mostrou que sabe fazer. Foi evidente que não estava na sua melhor condição física. Esteve sempre demasiado fixo no terreno, movimentou-se pouco para além da sua área de jurisdição e foi sempre lento a recuperar. Falhou passes atrás de passes e, num deles, no tal que Pitbull se isolou, quase comprometeu a sua equipa.

Organização
Uma festa bonita, em que só faltaram os golos, com o verde do relvado a estender-se às bancadas, não só pelas cores dos dois emblemas, mas também pela cor do principal patrocinador. A chuva ainda caiu com força antes do início do jogo e molhou as bancadas com a ajuda do vento, mas também acabou por colaborar, parando ao primeiro apito de Pedro Proença. Mérito para a organização que conseguiu encher um estádio numa região do país onde o futebol tem menos expressão.

Paulo Bento: «O Vitória mereceu ganhar a taça»

Paulo Bento, treinador do Sporting, depois da derrota diante do V. Setúbal no desempate por grandes penalidades (2-3), depois de um empate sem golos na final da Carlsberg Cup, no Estádio do Algarve:

«Foi um jogo que não foi muito bem jogado, daí as poucas oportunidades ao longo do jogo. Tentámos ser mais dominadores, foi com essa intenção que entrámos em campo. O Vitória, na sua estratégia habitual, procurou jogar em contra-ataque. Tivemos o jogo controlado, mas não tivemos capacidade para colocar em apuro a defesa do Vitória. Faltou-nos situações de maior risco, de um-para-um. Revelámos alguma tensão que nos retirou alguma capacidade para realizar mais acções ofensivas. Daí o jogo ir para as grandes penalidades onde, normalmente, é uma questão de lotaria. Não quero deixar de felicitar o Vitória, porque foi ao longo desta competição, uma boa equipa, uma equipa que merece ganhar a Taça da Liga pelo trajecto que teve nesta competição. Os meus parabéns ao Vitória e aos seus jogadores».

Estava preocupado com o facto do jogo poder ser decidido nos penalties, como acabou por ser?
«Preocupar tenho de me preocupar sempre, mas é um factor que é muito difícil de controlar. Por muito treino que se faça, e treinámos os penalties, não há nenhum treino que leve o jogador a ter algo parecido com a realidade do jogo. o desgaste físico aliado ao factor emocional. A parte emocional é difícil de controlar. Daí dizer que a questão das grandes penalidades é uma lotaria. Treinámo-las, mas o Vitória acabou por ter algum mérito e alguma felicidade que é preciso ter nas grandes penalidades».

Falou em tensão no início do jogo, terá sido já com a possibilidade dos penalties?
«Revelámos na abordagem ao jogo alguma tensão que provocou ansiedade, precipitação, porque cometemos alguns erros, depois faltou maior agressividade perto da área do Vitória. Tínhamos de conseguir um maior envolvimento para conseguirmos situações de um-para-um. O Vitória foi uma equipa bem organizada defensivamente, praticamente manteve a sua linha de quatro inamovível. Contra uma equipa bem organizada defensivamente era necessário mais risco e nós não tivemos esse risco».

Em quatro jogos nunca venceu o Setúbal¿
«Acabámos por não perder no tempo regulamentar. Em termos de Liga, a vinte pontos do F.C. Porto, perdemos cinco com o V. Setúbal. Não foi só o Setúbal que nos colocou na situação em que estamos. O jogo da Taça da Liga não nos impediu de chegar aqui, Hoje, foi um jogo com poucas oportunidades, decidido nas grandes penalidades que não põem em causa, nem beliscam o mérito do Vitória».

Com a derrota de hoje aumenta a pressão nas outras competições?<7i>
«Desde o dia 23 de Outubro de 2005 que trabalho na Academia, a pressão é sempre a mesma, e ainda estou aqui. Vinte anos de futebol não me podem trazer pressão».

O que disse aos jogadores no final da partida?
«O que lhes disse é que tínhamos de seguir o nosso caminho. Vamos descansar os dias que já tínhamos planeado descansar. Depois vamos começar a trabalhar para o jogo com a Naval para o objectivo que temos na Liga. Depois continuar com os outros objectivos que já tínhamos: lutar pelo segundo lugar, lutar pela Taça de Portugal e ir o mais longe possível na UEFA. Para mim este troféu era como se fosse a Liga dos Campeões, assumi a responsabilidade, mas agora não há nada a fazer. Perdemos a primeira final, tentámos adiar o mais possível, mas não foi possível».

Moutinho: «Isto não pode abalar-nos, nunca vamos desistir»

João Moutinho, capitão do Sporting, considerou que os leões foram melhor equipa que o V. Setúbal, mas que falharam nos «penalties» assumindo que a equipa não vai deixar-se ir abaixo em relação aos objectivos que faltam até final da época:

«O objectivo era a vitória. Há que dar os parabéns à nossa equipa, porque desde o princípio criou oportunidades. Mas não conseguiu concretizá-las. Não estou a tirar mérito ao Setúbal, que é uma boa equipa, mas teve a felicidade nos penalties. Há que seguir em frente e pensar já nos próximos jogos que vêm aí.»

«Acho que deu para ver [que o V. Setúbal foi uma equipa defensiva]. Estava à procura do nossos erros, a jogar exclusivamente no contra-ataque, defendeu muito atrás. Tentámos fazer o nosso jogo, só que, infelizmente, não conseguimos sair com a vitória.»

«Nunca dissemos que íamos deixar de acreditar [em ganhar mais coisas]. Sempre dissemos que vamos lutar até final por todos os objectivos a que nos propusemos. Nunca vamos desistir. Isto não pode abalar-nos.»

«É com tristeza que saímos daqui, mas esta derrota não pode abalar-nos. Temos objectivos por cumprir e é isso que vamos fazer: continuar a trabalhar como temos vindo a fazer ao longo da época.»

A respeito da convocatória para o próximo jogo da selecção, Mourinho reconheceu que «claro» que «é importante», mas deixa outras decisões, como as escolhas para o Euro para o seleccionador:

«São questões que cabe ao sr. Scolari definir depois. Há este jogo, que é um jogo importante, e se for chamado para jogar, tentarei fazer o meu melhor para ajudar Portugal.»

 

In maisfutebol.iol.pt

 


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