 Com Abel no relvado, não há leão derrotado. Rima e, até ver, é verdade. O lateral-direito do Sporting tem sido de uma produtividade e importância bastante assinaláveis numa equipa que só agora ameaça equilibrar-se mercê da sequência de quatro vitórias seguidas que logrou com o tangencial triunfo em Leiria. Em final de contrato, o penafidelense que trocou o Braga pelo Sporting em Janeiro de 2006 é um pilar da formação liderada por Paulo Sérgio, assenhorando-se novamente do lugar que foi seu durante larga parte da sua trajectória no emblema de Alvalade. A este ritmo, o "professor" - assim chamado por ser licenciado em Educação Física - "pede" a renovação.
O ressurgimento do 78 começou no grande resultado obtido em casa do Brondby (3-0), que permitiu aos verdes e brancos ganhar um lugar na fase de grupos da Liga Europa, após uma desastrosa primeira mão jogada em Lisboa, com derrota por 0-2. O nortenho começava aqui a emprestar a sua qualidade de talismã na época em curso. Gradualmente, Abel começou a ressurgir no onze. Dos nove encontros que o traquejado atleta de 31 anos realizou nesta temporada, os três pontos só fugiram por entre as garras dos leões na igualdade a uma bola verificada no Municipal de Aveiro.
A inovação surgiu na recepção ao Levski, quando o técnico Paulo Sérgio lançou o lateral para o encontro rendendo Vukcevic. Abel posicionou-se atrás de João Pereira, que se adiantou para a sua posição de origem. A experiência repetiu-se com os dois elementos a titulares no jogo com o Gent, e os resultados foram demolidores (5-1), com o duo a apresentar-se em bom estilo. Nas duas partidas seguintes, a ala direita continuou a ter este figurino, sempre com sucesso, ou não fosse de Abel o golo triunfal contra o Rio Ave. Por este andar, a história deste 78 em Alvalade é para continuar.
"Está mais completo"
Luís Campos, treinador que lançou Abel como sénior, ao serviço do Penafiel, verifica evoluções no futebol do lateral, que acredita que renovará pelo Sporting: "É um jogador inteligente que tem grande apetência para aprender o que os treinadores pretendem no sentido do jogo colectivo. Nunca começa como titular mas conquista o lugar por qualidade, profissionalismo e liderança. Antes, era técnico e ofensivo e teve de se fazer dele um jogador mais equilibrado defensivamente. Hoje, é mais completo, mais refinado, beneficia com a maturidade. Penso que vai renovar, mas não acredito que o seu rendimento seja derivado disso. Demora é a impor-se, mas depois marca a diferença. É uma situação que não é nova."
"Assim, não admira que haja renovação"
Autoridade na matéria, Nélson louva o momento de um dos seus sucessores na lateral-direita leonina. Dono do posto pelos verdes e brancos na primeira metade dos anos 1990, o nortenho aposta na continuidade de Abel: "Se continuar a jogar assim, não me admira que renove. Não o conheço, mas parece-me um profissional de excepção, um jogador que, sem ser exuberante ou de Selecção, não sofre oscilações. É rectilíneo, dá garantias. Sem Izmailov, o Sporting fica bem com João Pereira a ala e o Abel como defesa-direito."
In ojogo.pt
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