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Domingo, 24 Março 1985 23:50 |
 Houve quem pensasse que fora com a arte do bluff que Carlos Lopes fizera o título de campeão do Mundo de corta-mato. A dois dias da grande batalha do Jamor, considerou Mamede o principal favorito e, inesperadamente, apontou para Dezembro o ponto final na sua carreira: «Vinte anos a correr e a ganhar já chegam».
Lopes descrente, disseram os menos atentos. Ou os mais ingénuos. E, com uma corrida memorável, averbou o seu terceiro título de campeão do Mundo de corta-mato, na ainda novinha pista do Estádio Nacional, que logo se considerou das melhores do mundo. Por insensibilidade ou incúria ou irresponsabilidade dos homens acabaria abandonada e destruída e utilizada até para corridas de... carros de rali!
Quando o marido se isolou, Teresa ergueu as mãos ao céu e suplicou: «Meu Deus dá-lhe força, dá-lhe a força que ele precisa agora». E Lopes galgou para a meta. Imparável. Quando cortou a meta correu para a mulher. Que chorava. De lágrimas em baga. E o campeão sorriu. E ergueu os braços e acenou para o público que enchia o Jamor. E até Eanes riu...
In abola.pt
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