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Sexta, 19 Abril 2024
FC Porto «sequestra» Travassos para o desviar do Sporting PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Segunda, 22 Julho 1946 22:59
Foto: TravassosRAPTO DESFEITO POR FALSO TELEGRAMA

 

No final da época de 1945-46, apesar de a CUF jogar na II Divisão, Travassos sentira já que atingira o trampolim. Quentes sonhos o enleavam. Gostaria muito de jogar de leão ao peito, mas estranhava que do Sporting só tivesse recebido convite definitivo para o atletismo, depois de ter corrido uma prova de 100 metros em 11 segundos, a apenas quatro décimos de Tomás Paquete, que, nessa mesma competição, estabelecera novo «record» ibérico...

O campeonato de futebol tivera já o seu ponto final. A Taça de Portugal não. O F.C. Porto que viera a Lisboa defrontar o Atlético enviou um emissário ao promissor Travassos, que, depois de passar pela dura labuta dos estaleiros, trabalhava nas oficinas da CUF como aprendiz de mecânico. Pouco demorou a conversa. Pediu 20 contos de luvas e casa montada no Porto. Que sim, que sim...

 

Portistas quebraram o «cerco» de Torres, mas...

 

O rumor chegou aos dirigentes do Sporting, que, para evitarem o cerco a Travassos, o levaram para Torres Vedras, onde permaneceu, quase em clausura, durante quinze dias. Libertaram-no apenas para participar numa prova de atletismo e... desapareceu.

Um director portista descobrira-o, levara-o de imediato para o Porto, hospedando-o num hotel, com direito a tratamento VIP. E, ao aperceberem-se de que o Sporting jogaria em Coimbra, não fosse o diabo tecê-las, acharam ainda mais prudente escondê-lo em Escaramão, aldeia minhota que nem no mapa se vislumbra. Duas semanas lá esteve, em dourado «sequestro».

Mas, de súbito, ardeu-lhe o «coração de leão» e escreveu a um dos irmãos a dizer onde estava e a pedir que de combinação com dirigentes do Sporting arranjassem forma de ludibriar os «raptores» nortenhos. Um telegrama lhe enviaram, exigindo que se deslocasse urgentemente a Lisboa para se sujeitar a inspecção militar. A caminho, o portista de Escaramão levou-o ao Lima, onde lhe colocaram papéis à frente, para assinatura imediata. Disse que não poderia fazê-lo, que só com autorização dos pais e etc...etc...etc...

Para Lisboa partiu, mas com escolta de dirigente portista, com menção de só o largar na sua própria casa. Os pais não perderam tempo a informá-lo de que a CUF prometera já castigar Travassos pela «fuga» e processar criminalmente os seus «raptores», autorizando, apenas, a sua transferência para o Sporting. No dia seguinte, na presença de Ribeiro Ferreira e de Guilerme Correia César, José Travassos assinava a ficha pelo Sporting, a troco de 20 contos – e com a promessa de um ordenado mensal de 700 escudos. A CUF, apesar de autorizar a transferência, despediu-o dos seus quadros. Desempregado ficou. No novo clube lhe arranjariam, pouco depois, emprego na «Frigidaire». E, não muito tempo volvido, para que ficasse ainda mais preso ao Sporting, os seus dirigentes facilitaram a abertura da «Cofril», empresa de construções e reparações de frigoríficos, em sociedade com Manuel Vasques, outro «violino», que ao Sporting chegaram no mesmo ano, oriundo, igualmente, da CUF.

 

In abola


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