O Liedshow acaba hoje, a não ser que o Corinthians, fora da Libertadores, autorize o Levezinho a ficar mais um mês no Sporting

Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeus

Esta bem poderia ser a banda sonora de Liedson durante o dia de hoje. A "despedida" ao som de Roberto Carlos. Oito anos e 170 golos depois, o Levezinho, que chegou baiano e abandona Lisboa como português, vai deixar os defesas da nossa Liga bem mais tranquilos (não é verdade, Luisão?). Porém, há aqui um senão. Paulo Sérgio deu ontem a entender que queria contar com o avançado, devido à eliminação do Corinthians na Libertadores. Contactado pelo i, José Couceiro, director-geral do Sporting, não quis comentar essa possibilidade. O presidente do clube paulista manteve-se incontactável durante todo o dia. O Timão pode inscrever Liedson até final de Fevereiro, o que libertaria o jogador para os embates com o Rangers e o Benfica.

Mas se o matador que sucedeu a Jardel no Sporting quis abandonar o 31 que se vive em Alvalade, não parece ter escolhido o melhor rumo: o Corinthians, onde os outrora galácticos Roberto Carlos - o defesa, não o cantor - e Ronaldo estão sob a fúria dos adeptos depois da eliminação na Libertadores, a competição que levou o clube a investir na sua contratação. Assim, Liedson deixou para trás a Taça da Liga e a Liga Europa para jogar apenas o Brasileirão.

"Sempre procurei honrar esta camisola como poucos. Espero que nunca se esqueçam de mim", disse o avançado num vídeo dirigido aos adeptos do Sporting, pedindo que encham o estádio na sua despedida. A partir de amanhã, os estandartes "Liedshow" e "Liedson resolve" vão ser arrumados em Alvalade, mas o lugar na memória dos sócios vai perdurar. Ou então não, caso o Corinthians ceda à vontade de Paulo Sérgio. Assim, Liedson teria de protagonizar o segundo take no filme da sua inevitável despedida.

É o melhor marcador estrangeiro na história do clube e sexto de sempre (ex aequo com Adolfo Mourão, que pode ultrapassar se marcar no último jogo com a camisola leonina). Além disso, o seu alvo preferido foi o Benfica (11 golos), o que lhe vale ainda mais afecto no coração dos adeptos. O esforço, a dedicação e a devoção transformaram a vida do Levezinho, que há dez anos trabalhava como repositor de supermercado, num conto de fadas. Em Portugal faltou-lhe a glória de um título nacional pelo Sporting.

In ionline.pt