Qual pinheiro? O Natal é quando o meio-campo do Sporting quiser Versão para impressão
Domingo, 05 Dezembro 2010 11:00

101205_postigaPaulo Sérgio diz que não está desesperado por reforços. Compreende-se: com o tridente Pedro Mendes-André Santos-Maniche, a equipa subiu de rendimento. E ganha

 

Paulo Sérgio, técnico do Sporting, prefere o Algarve no Inverno. Agora, tem mais razões para tal: no mesmo estádio onde conseguiu o primeiro marco na carreira (subida do Olhanense à Honra, em 2004), somou mais uma vitória - 3-1 ao Portimonense - que recoloca os leões no pódio da tabela classificativa. "O que nos aconteceu no início da Liga também pode acontecer aos outros", referiu antes do encontro, tentando defender a possibilidade de os lisboetas chegarem ao título. E ganhou um argumento para manter esse sonho.

Ou melhor, três: Pedro Mendes, Maniche e André Santos, o tridente que, além de ter estabilizado o jogo leonino, também já sabe resolver partidas. Assim, nem é preciso nenhum pinheiro na reabertura de mercado - o Natal é quando o meio-campo do Sporting quiser. E ontem quis.

Litos, antigo jogador do Sporting e actual treinador do Portimonense, já tinha apelado "à capacidade de sofrimento, à paciência e ao espírito de grupo" para vencer mas juntou-lhe uma pitada de fé, quando levou durante a semana todo o plantel a uma missa na igreja do antigo Colégio dos Jesuítas. Objectivo: quebrar um jejum de vitórias na Liga que começou ainda em Setembro. E, para isso, a missão estava bem estudada - disparar de todo o lado, maneira ou feitio. Mas, por mérito de Rui Patrício ou falta de pontaria, o resultado manteve-se inalterável.

Contra a corrente do jogo, já depois de Liedson, isolado, ter feito um passe a Ventura (Lito respondeu de imediato, obrigando Patrício a uma grande defesa com os pés), Postiga aproveitou um lance meio atabalhoado na área para fazer o primeiro golo (com protestos algarvios por alegado fora-de-jogo no início da jogada). O avançado, melhor marcador do conjunto lisboeta mas que só apontou o segundo tento no campeonato, revoltou-se com as missões tácticas que lhe vão sendo atribuídas (e que, de vez em quando, nem o próprio parece perceber) - no Algarve, foi encostado ao lado direito com orientações para ocupar terrenos mais centrais e dar espaço às subidas de João Pereira.

Mas foi sol - ok, é um trocadilho infeliz num dia em que houve chuva e mais chuva - de pouca dura: o Portimonense reagiu à velocidade de Candeias, o elemento mais inspirado dos visitados, e acabou mesmo por chegar ao empate, beneficiando de um dos poucos erros (mas enorme, quase primário) da defesa verde e branca na sequência de um livre lateral bem cobrado por Pedro Silva, o tal que, no último encontro sportinguista neste estádio, foi mal expulso por Lucílio Baptista na final da Taça da Liga que o Benfica acabou por ganhar nas grandes penalidades.

Pires, o marcador (em estreia), nem queria acreditar. Paulo Sérgio, o técnico dos leões, muito menos. Porque, em todas as conferências de imprensa, sustenta que o problema do Sporting em fase de crescimento são os pequenos lapsos que roubam pontos e pontos. Ontem, foi mais um.

Nem de propósito, Maniche vestiu fato de herói e repôs a vantagem leonina. Ele que, apesar dos disparates de infantil em campo - expulsões desnecessárias e penalizadoras para a equipa -, já está apenas a dois jogos de renovar automaticamente contrato até 2012. E se o internacional deu a caneta para prolongar o seu vínculo, André Santos, um "futuro internacional que terá uma carreira brilhante" (Paulo Sérgio dixit), assinou o papel para entrar na história do Sporting: apontou o primeiro golo com a camisola leonina, por sinal o melhor de todos. Ao intervalo, 3-1, registo inédito no campeonato esta época.

A segunda parte baixou a (pouca) qualidade do encontro: o Portimonense mexeu, Litos arriscou com dois avançados fixos, mas o Sporting teve a atitude adulta que tantas vezes falhou no arranque da temporada e geriu à vontade o passar dos minutos. De tal forma que, em transições rápidas, podia ter dilatado o marcador e chegado à goleada. Mas ficou mesmo por aí: os três pontos já estavam ganhos.

 

In ionline.pt


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