Pranjic. A felicidade não se compra, chega a custo zero Versão para impressão
Sábado, 14 Julho 2012 17:59

120714_pranjicAntes de um defesa-central e de um avançado, o Sporting apresenta um ala-esquerdo croata de 30 anos

 

Maio de 2012, antes do Bayern-Chelsea em Munique. “Tenho uma oferta irrecusável da China”, conta Danijel Pranjic. “Financeiramente, é irrecusável”, insiste. “Ainda não assinei mas já me decidi. Vou sair do Bayern para a China. Depois da final da Liga dos Campeões, o presidente do clube chinês vem cá buscar-me num jacto privado e leva-me para a China, onde vou assinar. Disse-me que me oferece tudo, como um motorista 24 horas por dia e um apartamento ou uma caca à minha escolha. É irrecusável.” [fala-se em 11 milhões de euros por dois anos de contrato]

 

Julho de 2012, antes do Marselha-Benfica em Sion. “Estou feliz”, avança Pranjic. “O Sporting é um grande clube, com um estádio lindíssimo. Estou realmente satisfeito por estar aqui, sei que vim para um grande clube em Portugal. O Sporting luta sempre pelos primeiros lugares com os seus dois rivais, e desde muito novo que tinha o desejo de jogar em Portugal, cujo campeonato tem um estilo de futebol do qual gosto muito.”

Será este o primeiro charter da China de que tanta falava Futre ou Pranjic nem sequer entra no jacto particular do clube chinês nunca divulgado? Seja como for, aí está o sétimo reforço do Sporting para 2012/13.

Chama-se Danijel Pranjic, tem 30 anos, é esquerdino e acaba de representar a Croácia no Euro-2012, depois de uma época menos conseguida no Bayern Munique (só 13 jogos, cinco deles na Liga dos Campeões) por culpa da subida de forma do alemão Holger Badstuber na posição de lateral-esquerdo.

Apresentado em Alvalade às 17h45 depois de uma curta sessão de autógrafos na Loja Verde, o reforço croata diz-se mais confortável como médio-esquerdo: “Gosto de jogar mais no lado esquerdo do meio-campo mas estou à disposição do treinador para jogar em qualquer lado.” Tem a palavra Sá Pinto. E insiste na ideia de que a liga portuguesa é que é a sua onda. “Gosto do tipo de futebol que se joga em Portugal. Quando era mais pequeno, o meu pai dizia-me que aqui se jogava o futebol que eu gostava. Que tipo de futebol é? Um futebol mais técnico.”

Okay, e Pranjic é um tecnicista? É sim senhor. A sua carreira aliás, é salpicada entre golos e assistência, uma mistura explosiva por onde passa. Na Croácia, inicia-se em 2002/03 no Osijek, onde se cruza com Robert Spehar, então ex-Sporting, e para o Dínamo Zagreb no Verão de 2004. Em Novembro desse ano, faz-se internacional AA, com a República da Irlanda.

CROÁCIA Seis dias depois (25), é a vez da primeira visita a Portugal. Na Luz, com o Benfica, para a embrionária fase de grupos da Taça UEFA. Sokota (outro croata) e Simão decidem o jogo aos 29 minutos mas o esquerdino Pranjic faz-se notar com um cartão amarelo por falta sobre Geovanni (28’) e um remate para a... linha lateral (83’).

Na jornada seguinte da UEFA, marca o seu primeiro golo europeu. Ao Heerenveen, clube que o contrata em 2005, ano em que volta a aterrar em Portugal sem sair do banco da Croácia num particular em Coimbra resolvido com os golos de outros pês: Petit e Paulsta (2-0).

HOLANDA No clube com coraçõezinhos nas camisolas, Pranjic é feliz sobretudo na quarta e última época (2008/09), com 16 golos em 30 jogos de campeonato e a conquista da Taça da Holanda, numa final inédita com Twente resolvida nos penáltis.

Pelo meio, joga duas vezes em Alvalade mas nunca com o Sporting. É o Vitória de Setúbal-Heerenveen para a Taça UEFA. Em 2006/07, é o mais esclarecido na vitória por 3-0. Em 2008/09, exibe-se ainda melhor e inventa a jogada do 1-1 de Elyounoussi aos 90’+1.

ALEMANHA É então que o Bayern Munique (ou melhor, o treinador holandês Louis van Gaal) se interessa por ele e paga 7,7 milhões de euros ao Heerenveen. Começa como titular no Bayern mas cede o lugar a Badstuber, ainda na era-Van Gaal, como se verifica na final europeia perdida para o Inter de Mourinho em Maio de 2010. Com a chegada de Jupp Heynckes, a sua influência é cada vez mais reduzida. “Não sei o que não resultou. Com Louis Van Gaal, ainda joguei.”

Ei-lo agora a desembarcar em Portugal. Para assinar autógrafos na Loja Verde, vestir a camisola verde e branca no José Alvalade, ofuscar o indiano Chettri e jogar na primeira equipa. A terminar, a declaração da ordem. Já cá faltava o “quero ser campeão.” Quem sabe? Vamos lá em ritmo de bem-me-quer, mal-me-quer: Balajic (96/97) não, Krpan (1999/2000) sim, Spehar (2000/01) não, Pranjic...

 

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