Mais que reforçar o seu exército, a arte está em enfraquecer o inimigo Versão para impressão
Segunda, 18 Janeiro 2010 13:37
100119the_godfatherO Presidente do F.C.Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, num espaço de duas semanas consegue neutralizar quatro projectos de mercado (aquisições, trocas e vendas) do Sporting Clube de Portugal. Com uma visão experiente, Pinto da Costa move as suas influências e consegue enfraquecer o Sporting (o adversário histórico e desportivo dos últimos 5 anos) quer a nivel desportivo quer a nivel financeiro.
As suas quatro acções estão centradas em 3 jogadores: Rodriguez, Ruben Micael e Miguel Veloso. Mas, para tais acções surtirem efeito, colocou-se em campo mais 3 jogadores: Postiga, Bollati e Renteria.



Vejamos:
- A visão nova que vigora em Alvalade de se contratar jogadores que sabem jogar futebol, leva o Sporting a querer um central. O alvo é Rodriguez, do Braga. O negócio pode-se realizar, com um jogador incluído no negócio, o Hélder Postiga.
1ª acção de Pinto da Costa: vendo que o Braga pode abdicar de um bom jogador (e aqui nem está inserida a hipótese de o Porto querer Rodriguez; falemos só de factos mais concretos) em troca de uma verba inferior à cláusula de Rodriguez mais um jogador (um avançado, como Domingos queria), Pinto da Costa antecipa-se ao negócio e coloca um avançado no Braga, o Renteria. Desta forma, o trunfo negocial (Postiga) que o Sporting tinha cai por terra. Ficando o Braga sem necessidade de ter um avançado, na mesa de negociações, torna a ficar a cláusula de rescisão de Rodriguez, como valor de referência. Além dos danos desportivos que acarreta esta situação, pois Rodriguez é um excelente jogador, há os danos financeiros perdidos de duas maneiras: permanece em Alvalade o Postiga, jogador esse que aufere um volumoso salário e jogador esse pelo qual o Sporting terá que reembolsar o Porto quando se desfizer dele, por determinada verba (2ª acção de Pinto da Costa). O Sporting não se livra de Postiga, mantém-no sobre alçada do Porto e fica sem Rodriguez. A outra forma de se enfraquecer financeiramente era pagar o que o Braga queria por Rodriguez. O Sporting sempre a perder com uma simples colocação de um "excedente" portista num plantel candidato ao título.

- 3ª acção de Pinto da Costa: colocação de Bollati (jogador com um valor comercial superior ao valor desportivo) na Fiorentina. O conjunto italiano, enamorado por Veloso (superior tecnicamente e em termos monetários) vê no argentino uma alternativa mais barata e cómoda, colocando um eventual negócio com o Sporting para trás. Pinto da Costa encaixa um bom dinheiro por um dos jogadores, livra-se de um excedentário que se consegue substituir no mercado nacional (Celestino; Castro) e evita que o Sporting alcance um bom (e imprescindível) encaixe financeiro com Veloso, deixando este à mercê de equipas menos valiosas e afortunadas monetariamente. Não vendendo Veloso pelo dinheiro desejado o Sporting terá que tentar vender um outro activo de maior preponderância por um valor abaixo do real.

- 4ª acção - O F.C.Porto reforça o seu plantel com um maravilhoso jogador português de seu nome Ruben Micael. A mesma situação que a verificada com Rodriguez. O Sporting fica enfraquecido por não contratar este jogador (com a venda de Moutinho, Veloso e Izmailov, este jogador, na próxima época seria ouro em Alvalade. Embora a sua presença se fizesse notar já nesta época) e vê um adversário reforçar o seu plantel. Mas, neste caso, a "machada" maior que Pinto da Costa dá ao Sporting é o corte na ilusão e esperança que foi sendo alimentada na cabeça dos adeptos e sócios leoninos ao longo da "novela Ruben Micael". Este jogador, na mente dos adeptos já era nosso. Ao fugir (e para o Porto) mata muitas das esperanças e enfraquece uma direcção (que embora nunca tenha assumido o interesse no jogador) será sempre conotada como "enganada, anjinha e incompetente" por ter deixado vender esta ilusão que se torna numa desilusão.

O Porto (Pinto da Costa, entenda-se) é isto. E é isto que também faz o Porto ser o melhor (não o maior) clube português dos últimos 20 anos. É também isto que faz os clubes nacionais ficarem "presos" ao Porto, pois as necessidades que têm só são preenchidas pelo Porto. Há um "compromisso" de Dar e Receber que coloca os mais fracos órfãos de um Clube, de um Presidente que move influências por todo o lado. O Futebol Português é este senhor. Um dia que morra (e isso irá acontecer, pois mesmo Papa não se pode iludir) o Futebol Português jamais será o mesmo. Para uns será pior mas para outros, bem melhor...


ps: a importância de Ruben Micael no plantel do Sporting nem sequer tem discussão. Jogadores destes têm sempre lugar no Sporting. Se fizesse o resto da temporada connosco as saídas de Veloso, Moutinho ou Izmailov não seriam tão difíceis de colmatar. O futebol iria melhorar e, por consequência, os resultados desportivos também. Não é por uma questão de "necessidade", é porque é Bom. E isso não se deve nunca recusar. Além de que irá jogar contra nós pelo menos mais uma vez (e pode ser 3) esta época. E aí, os sócios leoninos vão aplaudi-lo?

 

In http://cantinhodomorais.blogspot.com


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