«Inácio de Almeida cópia fiel de Calabote» Versão para impressão
Domingo, 03 Maio 1981 22:32

810503inacio_almeidaBenfica – 1 Sporting - 1

2 de Maio de 1981

ÁRBITRO: Inácio Almeida (Setúbal)

Alinharam pelo SPORTING: António Vaz (GR); José Eduardo Sampaio, Vitorino Bastos, Eurico Gomes, Augusto Inácio, Samuel Fraguito, Ademar Marques, Manuel Fernandes (Capitão), Mário Silva "Marinho", Carlos Freire (José Lobo "Lito" aos 82 min), Rui Jordão.

Treinador: Srecko Radisic

Golo: Jordão 65 min.

 

Mas, nessa tarde, mais mosquitos por cordas tinham andado na Luz, onde o Benfica empatara, a um golo, com o Sporting, com Inácio de Almeida, o árbitro, transformado pelos sportinguista em «bête-noire».

 

João Rocha exigiu a irradiação do árbitro, defendendo que «a sua actuação não poderia ficar impune, pois além de incompetente, mostrou ser desonesto, cópia fiel de um tal Inocêncio Calabote. Por isso, não basta mandar o árbitro de Setúbal para a segunda ou terceira divisão. É necessário tomar medidas que sirvam de exemplo a quantos não têm a honestidade suficiente para dirigir um jogo de futebol. Inácio de Aldeia tem antecedentes e tem uma alergia especial ao Sporting»...

Foram, de facto, casos & casos. Um «penalty» muito duvidoso contra o Sporting, que, depois de falhado por Nené, foi repetido, um golo anulado ao Sporting, considerado pelo árbitro resultado de «uma entrada de pé em riste». E ainda um penalty indiscutível contra o Benfica que ficou por marcar...

Se os benfiquistas tivessem perdido, a sua vantagem sobre o FC Porto seria apenas de um ponto, A três jornadas do fim. Por isso, o ambiente de revolta entre os portistas, em Penafiel...

 

Mais achas para a fogueira, quando o Conselho de Arbitragem da FPF decidiu suspender Inácio de Almeida, instaurando-lhe inquérito, na sequência da sua polemíssima arbitragem na Luz. E só então saíu o árbitro a terreiro em defesa da sua honra: «Não desejo a ninguém o estado de espírito em que me encontro, não por ter errado, já que errar é próprio do homem, mas sim pela forma como tem sido visada a minha idoneidade. E, se alguma coisa ainda me vai minorando o sofrimento, são as inúmeras manifestações de solidariedade que tenho recebido de árbitros, de amigos, e até de desconhecidos. Ninguém apoia os erros que cometi, mas todos me dão uma palavra de repúdio pelas acusações que me têm sido feitas, o que é muito importante, para mim, no difícil momento que atravesso».

Contra remoques e, igualmente, em «defesa de honra», Ferreira Queimado, presidente do Benfica, indignado por o Sporting ter utilizado a palavra «corrupto» nos ataques a Inácio de Almeida: «É evidente que a expressão foi infeliz, até porque quando há corrupção, tem de haver alguém que corrompe. Mas prefiro não acreditar que, ao empregá-la, ao sr. João Rocha tenha tido o pensamento posto no Benfica. Somos um clube demasiado limpo para que, em caso algum, expressões como essas nos possam atingir. Por outro lado, se o Benfica usasse os mesmos processos, muitos árbitros teriam sido já irradiados. Mas, nota-se, claramente, que há uma orquestrada campanha para tentar desestabilizar o Benfica...»

 

In abola

Benfica – 1 Sporting - 1

2 de Maio de 1981

ÁRBITRO: Inácio Almeida (Setúbal)

Alinharam pelo SPORTING: António Vaz (GR); José Eduardo Sampaio, Vitorino Bastos, Eurico Gomes, Augusto Inácio, Samuel Fraguito, Ademar Marques, Manuel Fernandes (Capitão), Mário Silva "Marinho", Carlos Freire (José Lobo "Lito" aos 82 min), Rui Jordão.

Treinador: Srecko Radisic

Golo: Jordão 65 min.

 

Mas, nessa tarde, mais mosquitos por cordas tinham andado na Luz, onde o Benfica empatara, a um golo, com o Sporting, com Inácio de Almeida, o árbitro, transformado pelos sportinguista em «bête-noire».

João Rocha exigiu a irradiação do árbitro, defendendo que «a sua actuação não poderia ficar impune, pois além de incompetente, mostrou ser desonesto, cópia fiel de um tal Inocêncio Calabote. Por isso, não basta mandar o árbitro de Setúbal para a segunda ou terceira divisão. É necessário tomar medidas que sirvam de exemplo a quantos não têm a honestidade suficiente para dirigir um jogo de futebol. Inácio de Aldeia tem antecedentes e tem uma alergia especial ao Sporting»...

Foram, de facto, casos & casos. Um «penalty» muito duvidoso contra o Sporting, que, depois de falhado por Nené, foi repetido, um golo anulado ao Sporting, considerado pelo árbitro resultado de «uma entrada de pé em riste». E ainda um penalty indiscutível contra o Benfica que ficou por marcar...

Se os benfiquistas tivessem perdido, a sua vantagem sobre o FC Porto seria apenas de um ponto, A três jornadas do fim. Por isso, o ambiente de revolta entre os portistas, em Penafiel...

Mais achas para a fogueira, quando o Conselho de Arbitragem da FPF decidiu suspender Inácio de Almeida, instaurando-lhe inquérito, na sequência da sua polemíssima arbitragem na Luz. E só então saíu o árbitro a terreiro em defesa da sua honra: «Não desejo a ninguém o estado de espírito em que me encontro, não por ter errado, já que errar é próprio do homem, mas sim pela forma como tem sido visada a minha idoneidade. E, se alguma coisa ainda me vai minorando o sofrimento, são as inúmeras manifestações de solidariedade que tenho recebido de árbitros, de amigos, e até de desconhecidos. Ninguém apoia os erros que cometi, mas todos me dão uma palavra de repúdio pelas acusações que me têm sido feitas, o que é muito importante, para mim, no difícil momento que atravesso».

Contra remoques e, igualmente, em «defesa de honra», Ferreira Queimado, presidente do Benfica, indignado por o Sporting ter utilizado a palavra «corrupto» nos ataques a Inácio de Almeida: «É evidente que a expressão foi infeliz, até porque quando há corrupção, tem de haver alguém que corrompe. Mas prefiro não acreditar que, ao empregá-la, ao sr. João Rocha tenha tido o pensamento posto no Benfica. Somos um clube demasiado limpo para que, em caso algum, expressões como essas nos possam atingir. Por outro lado, se o Benfica usasse os mesmos processos, muitos árbitros teriam sido já irradiados. Mas, nota-se, claramente, que há uma orquestrada campanha para tentar desestabilizar o Benfica...»


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