Taça UEFA: Sporting-Bolton, 1-0 Versão para impressão
Quinta, 13 Março 2008 23:18
080313_boltonO apuramento para os quartos-de-final da Taça UEFA não «resolve» a má época do Sporting. Mas atenua o cinzento escuro que tem sobrevoado a equipa de Paulo Bento.

Para «salvar» a temporada, o Sporting precisaria de ganhar a Carlsberg Cup, chegar à final da Taça de Portugal, apurar-se para a Liga dos Campeões e dar mais um passo na Europa.

A boa notícia para Paulo Bento é que tudo isto, em doses diferentes, continua a ser possível. Com um plantel desequilibrado, lesões e jogadores muito jovens, se o conseguir será um feito notável. Mas essa é outra conversa.


Este «sobe» é para Pereirinha. O médio do Sporting foi o primeiro adaptar-se a um jogo invulgar. Quando finalmente, a dez minutos do fim, a partida se animou ele esteve lá. Ofereceu um golo a Liedson, marcou o decisivo.

Pereirinha tem sido olhado, provavelmente com justiça, como um produto médio da Academia do Sporting, longe da linhagem de Ronaldo e Nani. O que não tem mal nenhum. Aliás, a escola só funcionará em pleno se além de produzir os génios colocar na primeira equipa jogadores como Pereirinha. Com um detalhe mais, que recomenda o jogador: tentem lembrar-se das suas melhores exibições. Exacto. Algumas aconteceram em jogos grandes, sinal de que lida bem com a pressão.

Grimi

O lateral-esquerdo foi o mais expedito na fase inicial do jogo, principalmente no que toca ao sector defensivo. Entendeu-se com o futebol físico do Bolton e, apesar de ter tido mais trabalho que Abel, no lado contrário, saiu sempre por cima. Depois, conseguiu apoiar o ataque, com subidas sóbrias pelo flanco. Ou seja, não correu riscos desnecessários, subiu pela certa, mas chegou por mais do que uma ocasião à linha de fundo. Foi o melhor leão em campo.

Polga

Ponto prévio: o brasileiro não teve qualquer falha no capítulo defensivo. Mas, se nesse aspecto sai com nota positiva, a verdade é que, no lançamento do ataque, Polga esteve desastrado. Raramente acertou um passe e quando o fez, já depois da meia-hora, recebeu palmas. Perdeu com isso o Sporting, pois o brasileiro, com passes longos, costuma ser elemento de desequílibrio, a partir da defesa. No último lance, fez um corte providencial. Os sportinguistas pediam aos ingleses para devolverem a bola, depois a terem atirado para fora. Os jogadores do Bolton não ligaram e foi preciso Polga cortar um lance de muito perigo para os leões.

Liedson

É certo que não marcou, mas a equipa voltou a ter a referência na área que precisa. Como sempre, o brasileiro foi à luta, ou seja, pressionou os defesas, correu sempre que a bola era atrasada para o guarda-redes e ainda tentou a sorte. O ponto alto aconteceu aos 80 minutos, quando encheu o pé para defesa de Al-Habsi. Não marcou, mas tem sempre alegria a jogar, o que fez dele um dos mais activos em campo. E um dos melhores.

Pereirinha

O mais rematador da equipa, apesar de, por vezes, ter sido lento na transição para o ataque. Ainda assim, não teve medo de ser feliz e, quando se pensava que ia, mais uma vez, demorar a soltar a bola, puxou a bola para o pé esquerdo, já dentro de área e colocou-a nas redes inglesas. Um golaço que pôs ponto final na eliminatória. A segunda parte foi bem melhor que a primeira, com assistências e o golo, que lhe deu confiança para terminar o jogo em grande.

Vaz Té

Foi o primeiro a causar perigo pelos ingleses. Nessa jogada recebeu a bola no peito, virou-se para a baliza, entrou na área e rematou às malhas laterais da baliza de Patrício. Pouco mais fez na primeira parte, a seguir a esse lance, mas mostrou ser mais opção que o colega de ataque: o titular Helguson.

Giannakopoulos

É dos poucos com técnica média na equipa inglesa que esta quinta-feira jogou em Alvalade. Enquanto teve pilhas, foi organizando o pouco jogo do Bolton. Mas depois desapareceu. No entanto, foi, sem dúvida, o melhor jogador do Bolton sobre o relvado.

Ficha Jogo:

Rui Patrício (GR); Abel Ferreira, António Sousa "Tonel", Anderson Polga, Leandro Grimi; João Moutinho (Capitão), Bruno Pereirinha, Marat Izmailov (Gladstone Valentina 86 min), Leandro Romagnoli (Adrien Silva 74 min); Simon Vukcevic (Rodrigo "Tiuí" 65 min) e Liedson Muniz.
Treinador: Paulo Bento
Golo: Bruno Pereirinha 85 min

Pereirinha e o golo ao Bolton: «Arrisquei e fui feliz»

Bruno Pereirinha foi o autor do golo solitário na vitória do Sporting sobre o Bolton (1-0), no jogo que abriu as portas dos quartos-de-final da Taça UEFA à equipa de Alvalade. Uma boa exibição do jovem médio coroada com um golaço que o transformou no «herói» da noite leonina.

«Vocês é que costumam dizer esse tipo de coisas, acho que a equipa está toda de parabéns, não vale a pena fazer destaques individuais».

O golo foi um momento de inspiração?
«Pode-se dizer que sim, demonstra a confiança que vinha a sentir. Estava a ganhar confiança com o passar do tempo e isso notou-se naquela lance».

Como foi o golo, na sua perspectiva?
«Todos viram. Simulei que ia cruzar, fugi para o meio, depois procurei o poste mais distante. Arrisquei e fui feliz».

O Sporting parece ter sentido mais dificuldades na primeira parte, o que se passou?
«Demorámos uma bocado a assentar o jogo. Em primeiro lugar queríamos ter o máximo de posse de bola longe a nossa área. Assim que o conseguimos, o jogo ficou controlado».

E agora? Quem prefere para próximo adversário?
«Nesta fase todas a as equipas são difíceis. Pensamos sempre no jogo seguinte [com o Nacional, na segunda-feira], é um orgulho para o Sporting ser o único representante nas competições europeias, mas agora vamos lutar pelos objectivos nas provas portugueses».

A equipa parece ter mais personalidade nos jogos europeus. Nota essa diferença?
«Às vezes pode parecer isso, mas a verdade é que encaramos todos os jogos com a mesma atitude. Não há razões para isso».

Giannakopoulos: «Sporting marcou golo brilhante e decisivo»

Stelios Giannakopoulos, jogador do Bolton, após o jogo com o Sporting, da segunda mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA, que os leões venceram por 1-0, e que ditou o afastamento da equipa inglesa na competição:

«Nós estivemos melhor na primeira parte e eles na segunda. O Sporting tem grandes jogadores e conseguiu um golo brilhante, num momento decisivo, que acabou por quebrar o nosso ânimo. Lutámos muito, mas não criámos oportunidades suficientes para marcar o golo que precisávamos. Por isso, o Sporting mereceu passar.»

 

In maisfutebol.iol.pt

 


Ítems Relacionados: