Rijkaard confessa entusiasmo com projecto de Dias Ferreira e Futre Versão para impressão
Sexta, 04 Março 2011 13:47

110304_rijkaardO holandês Frank Rijkaard disse que aceitou o convite para treinar o Sporting, se Dias Ferreira for eleito, por se sentir identificado com o projecto do candidato e de Paulo Futre.

Em entrevista à agência Lusa, em Amesterdão, o antigo futebolista internacional holandês, que assinou um compromisso por dois anos, com mais um de opção, válido no caso de o advogado vencer as eleições no Sporting, a 26 de Março, explicou que, nas conversações mantidas com Paulo Futre, o vice-presidente e director-geral para o futebol “leonino” da lista de Dias Ferreira, percebeu que havia uma sintonia de filosofias.


“Estou entusiasmado com o projecto de Dias Ferreira e Paulo Futre (...). Falando com Paulo Futre, e pela forma como ele pensa o futebol, a forma como eu compreendo o futebol, [vi que] estamos na mesma sintonia. Queremos uma equipa muito boa organizada, que jogue de forma atractiva, com futebol ofensivo, mas muito organizada”, disse.

O antigo treinador do Barcelona, que levou ao título europeu, disse estar ciente de que o Sporting atravessa um momento particularmente difícil, mas encara este mau momento do clube como “um grande desafio”, que exige “muito trabalho”, e afirmou-se disposto a “ajudar”. “No mundo do futebol tem-se bons momentos e maus momentos. Tem é que se trabalhar e fazer um novo projecto e é exactamente isso que Paulo Futre e Dias Ferreira querem fazer e eu estou entusiasmado, espero juntar-me a eles (...) É um grande desafio, há muito trabalho a fazer, muita organização, e eu gostaria de ajudar, de fazer bem à organização, a começar pela juventude”, disse.

Falando insistentemente na necessidade de apostar naquela que é uma das mais-valias do clube, a formação, Rijkaard, questionado sobre se lhe foi pedido o título de campeão, escusou-se a falar para já em troféus, mas disse que ganhar está-lhe “no sangue”. “O objectivo é sempre ganhar. Todos querem ganhar. Nós queremos ganhar, está no nosso sangue, mas começa também com a filosofia de longo prazo, não é apenas por um período curto”, disse.

Admitindo que não conhece muito bem a actual equipa do Sporting – “vi os dois últimos jogos” (com Glasgow Rangers, para a Liga Europa, e com Benfica, para a Taça da Liga) –, Rijkaard escusou-se a revelar se pediu jogadores para a “sua” equipa, alegando que ainda é cedo para se chegar a essa fase, até porque é necessário esperar pelas eleições.

“Concordámos na filosofia, sobre como queremos jogar e do que precisaremos para atingir isso. Ainda não é altura de falar de posições, jogadores e nomes. Primeiro temos que ver quais os resultados das eleições. Claro que esperamos ter um bom resultado e, então, discutiremos mais a construção da equipa”, afirmou.
 
Formação é “um tesouro para manter e trabalhar”, diz Rijkaard

O holandês Frank Rijkaard, treinador do Sporting em caso de vitória de Dias Ferreira nas eleições de 26 de Março, disse que a formação dos “leões” é um “tesouro” a manter e a trabalhar.

O técnico manifestou-se “entusiasmado” com a possibilidade de juntar a sua experiência, em clubes com “escolas” como Ajax e Barcelona, ao “know-how” do Sporting, “um clube muito famoso, conhecido em todo o mundo pelos grandes jogadores produzidos e dados ao mundo do futebol”. “Eu penso que isso é uma coisa importante. É como um tesouro que temos de manter e trabalhar”, defendeu o antigo jogador internacional holandês do Ajax e antigo técnico do Barcelona.

Afirmando que o objectivo último é sempre “ganhar”, Rijkaard defendeu, todavia, que é necessário começar pelo princípio, pelas camadas jovens, o que até “assenta muito bem na filosofia do Sporting”. “Estão sempre a trabalhar na juventude, na academia. É importante, do meu ponto de vista, continuarmos a trabalhar nisso, a produzir jogadores para a primeira equipa, claro, para o Sporting, e depois disso para as maiores equipas do mundo, porque é assim que as coisas funcionam”, afirmou.

Rijkaard reforçou a importância de uma “filosofia a longo prazo”, aliada aos resultados que os adeptos querem ver aparecer, mas para os quais, advertiu, “é preciso tempo e paciência”. “É esse o objectivo: fazer uma boa primeira equipa, e manter o sector da formação muito forte, e assim o Sporting será sempre esta grande marca, este grande nome no mundo do futebol, como sempre tem sido”, afirmou.

Fechar o círculo, 20 anos depois

O técnico disse também esperar uma vitória de Dias Ferreira nas eleições do Sporting para poder representar o clube, como treinador, mais de 20 anos após ter estado perto de jogar pelos “leões”. “Honestamente, quando assinei contrato em 1987/88 pensei que ia lá jogar dois ou três anos, pelo menos. Mas as coisas mudaram e transferi-me para o AC Milan. Só vivi em Portugal três meses, só treinei, não pude jogar por eles. Se agora resultar como treinador, algo que estava em falta vai ser preenchido”, disse.

Em 1987/88, o então presidente “leonino” Jorge Gonçalves trouxe Frank Rijkaard para o Sporting, mas a inscrição não foi concluída e o holandês acabou por rumar, emprestado, para os espanhóis do Saragoça. Depois, o médio holandês deu o “salto” para os italianos do AC Milan, pelos quais ganhou muitos títulos, incluindo uma Taça dos Campeões à custa do Benfica, derrotado a 23 de Maio de 1990 em Viena... por um golo de Rijkaard.

 

In publico.pt

 


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